Nas recentes
eleições da Catalunha o PP (Partido Popular) somou 108.841 votos (3 deputados)
e foi o oitavo entre os partidos mais votados, quando em 2015 tinha somado
349.193 votos (11 deputados) e em 2012 conseguira 471.631 votos (19 deputados).
Este resultado foi considerado um desastre e anuncia uma decadência, mas o
facto é que em termos nacionais o PP é o segundo maior partido de Espanha, esteve
à frente do governo de Espanha com José Maria Aznar (1996-2004) e com Mariano
Rajoy (2011-2018) e, nas últimas eleições nacionais, obteve 20,8 % dos votos e elegeu
88 deputados. Esta situação é bem diferente da que acontece em Portugal, pois
nas últimas eleições legislativas o CDS-Partido Popular da Cristas só conseguiu
4,2% dos votos e apenas elegeu cinco deputados.
O facto é que
Pablo Casado, o Presidente do PP, ficou alarmado com os resultados do seu
partido na Catalunha e, assumidamente, por causa deles e pelas investigações em
curso sobre um eventual financiamento irregular de obras no edifício que é a sede
nacional do partido, situado na calle de Génova em Madrid, decidiu abandoná-la e
vender o edifício. Diz o conceituado jornal El País que é "para huir de su passado corrupto". Significa, portanto, que Casado quer regenerar o seu partido
e acabar com a maldição de corrupção que o persegue há muitos anos e com a
“eterna suspeita” das autoridades sobre a existência de dinheiros sujos que
mancharam o partido e que levaram a que o seu antigo tesoureiro fosse
condenado a 29 anos de prisão. É uma estratégia de mudar de casa, para mudar de
vida.
Hoje, o jornal ABC e vários outros jornais espanhóis esqueceram o covid-19, as vacinas e o futebol, tendo dedicado as suas manchetes à decisão de Pablo Casado e do comité executivo do PP.