No
próximo dia 25 de Março completam-se 60 anos sobre a data em que foi assinado o
Tratado de Roma que criou a Comunidade Económica Europeia (CEE) e que culminou
um longo processo de negociações nascido depois da catástrofe que foi a 2ª
Guerra Mundial. Procurava-se um caminho de paz e de progresso que visava
reconstruir uma Europa que a guerra devastara em termos económicos e políticos
e que se encontrava emparedada entre as duas superpotências daquela época, mas também
se pretendia criar um espaço e uma dinâmica de cooperação ou de integração que
prevenisse a hipótese de virem a acontecer outras guerras no futuro.
O
êxito do projecto europeu depressa atraiu outros países ao núcleo fundador –
Alemanha, França, Itália, Holanda, Bélgica e Luxemburgo – tendo-se seguido sete
alargamentos. Em 1973 entraram o Reino Unido, a Irlanda e a Dinamarca; em 1981 entrou
a Grécia; em 1986 entraram Portugal e a Espanha. Em 1995 foram admitidos a
Áustria, a Suécia e a Finlândia, em 2004 mais dez países, em 2007 a Bulgária e a Roménia
e em 2013 entrou a Croácia. Nunca se percebeu porque houve tanta pressa nestas
alargamentos todos. Depois, a CEE passou a ser a União Europeia e, actualmente,
são 28 os estados-membros desta mega-organização que parece já não funcionar,
amarrada à burocracia de Bruxelas, aos nacionalismos egoístas e à mediocridade
de dirigentes medíocres, mas que os interesses e as máquinas eleitorais nacionais
fazem eleger. Pode dizer-se que a União Europeia são quase 28 culturas e quase
28 línguas, com estados de desenvolvimento, noções de integração e ideias de
solidariedade muito diferentes. Os fundadores Jean Monnet, Robert Schuman,
Konrad Adenauer, Paul-Henri Spaak e muitos outros, não têm continuadores à
altura dos tempos que vivemos. A Europa está dividida e retalhada por
interesses muito divergentes e em vias de implodir como sugere a edição de hoje
do L’Espresso,
a influente revista que se publica em Roma e que tem a mesma idade da União
Europeia.