No
contexto da guerra civil que se trava na Síria, a cidade de Alepo – que foi a
segunda maior cidade síria e a sua capital económica – tem sido palco de uma
batalha muito violenta entre os apoiantes e os opositores de Bashar al- Assad.
Os confrontos começaram em 19 de Julho de 2012 e a cidade rapidamente ficou sob
o domínio das forças da oposição, também designadas por "rebeldes". A situação
manteve-se com avanços e recuos das duas partes até que, no passado Verão, as
forças governamentais apoiadas pelos seus aliados russos, iranianos e pelos
combatentes da milícia libanesa do Hezbollah, iniciaram uma operação em larga
escala para recuperarem Alepo, que a imprensa internacional tem relatado através
de dolorosas imagens. Porém, as notícias das últimas horas, nomeadamente do
diário libanês L’Orient-Le Jour, confirmam que as forças governamentais sírias
têm conseguido grandes avanços e já controlam cerca de
dois terços do leste de Aleppo, a parte que outrora esteve nas mãos dos
rebeldes, incluindo a Cidade Velha que é classificada como Património da
Humanidade pela UNESCO, enquanto prossegue a sua ofensiva para recuperar toda a
zona oriental da cidade. Muitos milhares de sírios têm conseguido fugir da
cidade, mas muitos mais continuam sujeitos aos bombardeamentos efectuados por
ambas as partes. A situação no terreno é catastrófica e os rebeldes estão
totalmente cercados, pelo que a luta se vai acentuar e afectar ainda
mais a população civil encurralada na cidade onde a destruição é total. Uma catástrofe humanitária está à
vista e os rebeldes estão em vias de ser esmagados.
Nesta emergência, as Nações Unidas apresentaram um plano para uma trégua de
sete dias por razões humanitárias que foi rejeitado pela Rússia e pela China,
com o argumento que ela apenas serviria para que os rebeldes se reagrupassem. Depois, foram
os Estados Unidos, o Canadá, a Alemanha, a França,
a Itália e o Reino Unido que hoje pediram um cessar-fogo imediato perante a eminência
de uma catástrofe humanitária em Alepo, exortando a Rússia e o Irão a
utilizarem a sua influência sobre a Síria para travarem a sua ofensiva. No
meio desta catástrofe, é caso para perguntar quem entusiasmou, financiou e
armou as forças da oposição síria e as levou para esta eminente derrota,
pedindo agora um cessar-fogo imediato.