Apenas a 29 dias
da data estabelecida para o Brexit, todos sabemos que no Reino Unido ainda reinam os
Windsor, mas também sabemos que reina uma grande confusão e que já ninguém faz
previsões sobre o que vai acontecer. O que se passa com os políticos das ilhas
Britânicas é realmente inquietante e o que vier a acontecer vai ser doloroso,
ou mesmo trágico, quer para os britânicos, quer para os europeus. Nos últimos
dias, o assunto tem sido pouco falado na imprensa e este silêncio já é ensurdecedor, parecendo pré-anunciar um enorme estrondo.
Hoje, o pequeno
jornal regional francês Le Dauphiné libéré, que se publica
em Grenoble, diz que falta menos de um mês para o brexit e pergunta... pour
décider quoi?. Esta pergunta reflecte a enorme preocupação que este caso também está a gerar fora das ilhas Britânicas.
A arrogante e
orgulhosa Grã-Bretanha tem vivido desde há mais de um século à sombra da
grandeza da era vitoriana, mas o seu prestígio internacional vai sair muito
beliscado desta situação que ninguém foi capaz de controlar num ou noutro
sentido, em especial a primeira-ministra Theresa May que não esteve à altura
das suas responsabilidades.
A Grã-Bretanha tinha
votado no dia 23 de Junho de 2016 num referendo sobre a permanência na União
Europeia e verificou-se que 52% dos votos foram favoráveis à saída do Reino
Unido da União Europeia. Era uma magra maioria, mas era uma maioria. Porém, ao longo de mais de dois anos, com inúmeras
reuniões em Bruxelas e no seio do seu próprio Parlamento, Theresa May não atou
nem desatou, arrastou e foi incapaz de agir e, quando devia ter passado o leme a outra
pessoa, agarrou-se teimosamente ao poder e conduziu este processo para um
abismo que é aquilo que se avizinha.