quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

Uma nau histórica para servir de museu

Realizou-se ontem nos estaleiros Palmás em Punta Umbría, nas vizinhanças da cidade de Huelva, o lançamento à água de uma réplica da nau Victoria, isto é, da única das cinco naus da frota de Fernão de Magalhães que tendo partido de Sanlúcar de Barrameda em 1519 conseguiu terminar a volta ao mundo em 1522, então com Juan Sebastian de Elcano no comando. A nau Victoria demorou 3 anos e 14 dias a percorrer cerca de 37.753 milhas e a completar a sua viagem de circumnavegação e, quando chegou ao fim dessa histórica viagem, trazia a bordo apenas 18 homens.
Esta réplica é a segunda que se constrói, mas enquanto a primeira foi construída em 1991 para navegar em 1992 durante as Comemorações da Viagem de Cristóvão Colombo, esta nova réplica que foi baptizada como Victoria 500, não foi concebida para sulcar os mares mas apenas para servir como um museu flutuante atracado em Sevilha para celebrar a primeira volta ao mundo. A nau Victoria simboliza esse feito marítimo e científico que foi a viagem de circumnavegação e é pena que em Portugal não se tenha uma iniciativa semelhante que servisse para mostrar aos milhões de turistas que nos visitam um pouco do nosso pioneirismo na abertura do mundo que, naturalmente, teve grandes benefícios para a Humanidade, embora também tivesse outras coisas menos boas. O Diário de Sevilla deu um grande destaque a esta notícia, tal como a generalidade dos jornais da Andaluzia.
Agora que já se iniciaram as obras de integração da antiga Doca da Marinha na paisagem marítima da cidade de Lisboa, que bem que ali ficaria a última nau da Índia, bem conservada e bem iluminada, em vez de estar escondida em Cacilhas onde poucos a vêm.