quarta-feira, 6 de julho de 2011

As noites de fado em Goa

No próximo mês de Dezembro completam-se cinquenta anos sobre os acontecimentos que levaram à ocupação dos territórios de Goa, Damão e Diu pelas tropas da União Indiana.
Desde então, embora de forma não assumida, as autoridades indianas e, depois da constituição do Estado de Goa, as autoridades goesas, sempre procuraram a desportugalização do território e, na realidade, a língua e a cultura portuguesas têm perdido alguma importância na sociedade goesa. No entanto, há interesses de ordem diversa – identitários, culturais e emocionais – e, sobretudo, interesses turísticos, que persistem na preservação da herança cultural portuguesa.
Com cerca de dois milhões e meio de turistas que anualmente visitam Goa, a marca portuguesa tornou-se mais valiosa: cerca de 90% dos turistas são indianos que procuram a “Europa da Índia”, enquanto os restantes 10% são estrangeiros que procuram as praias e a “exótica simbiose luso-indiana”, que Goa oferece.
Por isso, o turismo apoia-se fortemente na herança cultural portuguesa. Um dos casos mais curiosos da preservação da memória portuguesa em Goa refere-se ao Hotel Cidade de Goa e ao seu Restaurante Alfama, onde regularmente há noites de fado, apresentadas por intérpretes goeses de grande talento. Assim vai acontecer, uma vez mais, no próximo dia 12 de Julho.

TP 1844

No nosso tempo, um voo de pouco mais de duas horas nada tem de incomum e é um acto rotineiro das nossas vidas.
Porém, no caso do voo TP 1844 que liga a ilha do Faial a Lisboa, pode haver lugar a uma agradável surpresa, que só depende da meteorologia e da vontade do piloto.
Poucos minutos depois da largada do aeroporto, quando ainda está na sua fase ascensional, o avião passa ao largo da ilha do Pico e dos seus imponentes 2351 metros de altitude.
Umas vezes o avião passa mais próximo e outras vezes menos próximo da montanha que, frequentemente, não está visível porque se encontra envolvida por densas nuvens ou está mergulhada nas chuvas e nas neblinas que são características das ilhas açorianas.
Nessas condições meteorológicas de menor visibilidade, a montanha raramente se apresenta descoberta, iluminada e bem próxima de nós. Mas quando isso acontece e à vontade da meteorologia se junta a vontade do piloto, a montanha surpreende-nos com a sua agreste beleza vulcânica e parece convidar-nos a uma subida até ao topo numa outra oportunidade.
Porém, mais do que qualquer texto, é a fotografia que melhor evoca a agradável surpresa de voar com o Pico ali tão perto.