Uma janela de
esperança foi aberta em Gaza e, por extensão no Médio Oriente, pois está em
vigor um cessar-fogo e está suspenso o massacre da inocente população
palestiniana. De momento, trata-se de uma trégua de quatro dias apenas, pois é
sabido que a facção extremista que domina o governo israelita quer prosseguir a
guerra e continuar a massacrar a população palestiniana de Gaza.
A Diplomacia
funcionou e os reféns em poder do Hamas começaram a ser trocados por
palestinianos presos em Israel. Há festa em Israel pela libertação de reféns e
há festa na Palestina pelo regresso de presos. Os camiões de ajuda humanitária
voltaram a entrar em Gaza, mas são enormes os receios pelo que poderá acontecer
depois da actual trégua. O jornal nova-iorquino Daily News destacava
ontem a alegria pela libertação de alguns reféns, embora também destacasse o
medo do que possa acontecer às centenas de reféns que ainda estão em poder do
Hamas.
As negociações
para o cessar-fogo e para a libertação dos reféns têm sido conduzidas por
diplomatas de Israel, Estados Unidos, Catar e Egipto e têm sido demoradas,
complexas e, como alguém referiu, “cada passo foi como arrancar dentes”. Foi
uma vitória da Diplomacia e do diálogo, a mostrar que esse é o melhor caminho
para superar e resolver os conflitos que perturbam o mundo. Porém, não deixa de
ser surpreendente que a União Europeia, ou alguns dos seus membros mais
destacados - que historicamente têm grandes responsabilidades na conflitualidade entre judeus e palestinianos - estejam ausentes destas negociações, o que só se explica porque não
têm a confiança das duas partes, o que vem confirmar que o corrupio de
dirigentes europeus para Telavive depois de 7 de Outubro, não ia em busca da paz nem da moderação. De
resto, vão decorridos quase dois meses de conflito e a União Europeia ainda não
conseguiu tomar uma posição condenatória dos extremismos, nem uma declaração inequívoca a favor das Resoluções
das Nações Unidas, da moderação e da paz.
A Europa começa a
ser demasiado pequena…