quarta-feira, 17 de janeiro de 2024

Brutalmente frio... mas há mais a caminho

Uma tempestade de neve, muito intensa e pouco habitual, está a afectar os Estados Unidos e o Canadá desde o passado fim-de-semana e os meteorologistas admitem que “possam vir a ser quebrados mais de 140 recordes diários de baixas temperaturas nos Estados Unidos”. Cerca de 95 milhões de americanos estão a ser afectados pelas baixas temperaturas que se registam, com fortes nevões e ventos gélidos que poderão chegar a -56ºC em estados como o Montana ou o Dakota do Norte e do Sul. Em alguns estados há cortes no abastecimento de energia eléctrica e, um pouco por todo o país, há registo do cancelamento de milhares de voos devido ao mau tempo e de estradas e veículos bloqueados pela neve, enquanto os estados de Kentucky, Mississipi, Arkansas e Louisiana já estão em estado de emergência devido ao frio. O jornal USA Today é um dos jornais que dá notícia desta vaga de frio polar e destaca na sua primeira página a expressão “brutally cold”.
A Europa também está a ser afectada pelo frio e pela queda de neve, especialmente na Escandinávia, mas também nos países da sua orla ocidental e sul, como o Reino Unido, a França e a Espanha, onde se têm registado temperaturas negativas. Em algumas cidades suecas as temperaturas chegaram a -40ºC e a Finlândia bateu o seu recorde de temperaturas mínimas. Além do frio extremo, a Europa também está a ser atingida por tempestades, ventos fortes e inundações em alguns países, primeiro pela depressão Hipólito e agora pela depressão Irene.
Além do frio extremo, os países europeus estão a ser atingidos por tempestades, ventos fortes e inundações desde há duas semanas e estes temporais atípicos já provocaram vítimas na França e na Bélgica, enquanto a Alemanha, a França, o Reino Unido e a Holanda registaram volumosas enchentes. Quando estamos sob os efeitos das alterações climáticas, esta brutal onda de frio talvez seja a contrapartida ao aquecimento global que alguns países teimam em não reconhecer.

A corrida à Casa Branca já começou

As eleições presidenciais americanas vão realizar-se no dia 5 de Novembro de 2024, mas a corrida eleitoral começou na segunda-feira, dia 15 de Janeiro, com a realização das primárias republicanas no estado do Iowa e a expressiva vitória do ex-presidente Donald Trump, que se recandidata. Trump obteve 51% dos votos e elegeu 20 dos 2.469 delegados à convenção republicana, o que é considerado um bom começo para a sua corrida, primeiro para ser nomeado pelo Partido Republicano e, depois, para a corrida à Casa Branca.
As eleições americanas são um processo muito complexo e seguem regras muito diversas em cada um dos 50 Estados. Tudo começa com as primárias, que são a etapa inicial das eleições americanas, em que cada Estado escolhe os delegados que participarão nas convenções republicana (entre 15 e 18 de Julho em Milwaukee) e democrata (entre 19 e 22 de Agosto em Chicago), que nomearão o seu candidato presidencial e aprovarão o seu programa. Só depois das primárias e das convenções dos partidos é que começa a disputa directa entre os candidatos republicano e democrata.
No processo eleitoral americano destaca-se a “super terça-feira”, que será no dia 5 de Março, quando uma dezena de Estados, incluindo o Texas e a Califórnia, realizarão as suas eleições primárias. Até finais de Março, mais de metade dos Estados já terão votado nos seus candidatos à nomeação pelas respectivas convenções e já estará definida a tendência quanto à escolha dos dois candidatos à Casa Branca.
Obviamente que The Wall Street Journal destacou a vitória de Donald Trump no Iowa, porque considere que “candeia que vai à frente alumia duas vezes” ou, talvez, porque esse resultado agrade à sua linha editorial.