terça-feira, 1 de abril de 2014

A Berta e as suas senhas de presença

O Tribunal de Contas considerou ilegal o pagamento de 390.850 euros em senhas de presença a presidentes de câmara e vereadores de cinco municípios da ilha de São Miguel, que foram pagos entre Março de 2004 e Dezembro de 2013 pela associação de municípios da ilha (AMISM).
Hoje o Diário de Notícias informa que foram 18 os autarcas que receberam essas importâncias indevidas que terão que devolver. Entre eles encontra-se Berta Cabral, a Secretária de Estado da Defesa, que recebeu ilegalmente 19.250 euros em senhas de presença enquanto presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada, entre 1 de março de 2004 e 31 de dezembro de 2012. Estas ilegalidades mostram a voracidade e a falta de escrúpulos dos nossos políticos e, no caso da Berta, o caso é muito mais grave pois revela um comportamento de gula por dinheiro que é incompatível com o exercício confiável de cargos públicos, quer no governo regional, quer no governo da República.
A Berta é um produto do carreirismo político e nunca lhe faltaram tachos, mas ainda não aprendeu que não vale tudo, sobretudo quando se trata de dinheiros, mas também de princípios. Nesse aspecto, todos nos lembramos do que disse em Setembro de 2012 como candidata do PSD nas eleições regionais dos Açores, quando se demarcou do líder do seu partido e perguntava se alguém a considerava parecida com Pedro Passos Coelho, ao que ela própria respondia: “Eu tenho um passado. Eu não nasci ontem para a política. As pessoas conhecem a minha obra social feita até agora”.
A Berta perdeu as eleições e demitiu-se do partido, mas poucos meses depois aceitou mais um tacho, agora em Lisboa, como Secretária de Estado da Defesa no governo do mesmo Passos Coelho. Até colocou a bandeirinha portuguesa na lapela… Pois é esta mulher que pratica a ilegalidade e é incoerente nos princípios, que gere as Forças Armadas!