quarta-feira, 6 de agosto de 2025

A completa e criminosa destruição de Gaza

A edição de hoje do jornal The Guardian publica uma fotografia aérea do território de Gaza a toda a largura da sua primeira página e, como título, escolheu a frase: “Vista do ar, Gaza é como o rescaldo do apocalipse”. A utilização da palavra apocalipse diz tudo sobre a crueldade do extremismo israelita e a gravidade da situação que está transformada num verdadeiro crime contra a humanidade, cujo responsável é Benjamin Netanyahu, que bem pode ser baptizado como “o carniceiro de Telavive”. 
Hoje, também o The Wall Street Journal (WSJ) informava, com destaque de primeira página, que “muitos israelitas questionam a moralidade da continuada guerra na Faixa de Gaza”, acrescentando que “os protestos e as críticas a Netanyahu vêm aumentando em paralelo com a crise humanitária”.
Apesar da questão israelo-palestiniana dever ser analisada com cuidados redobrados devido à propaganda e à desinformação de ambas as partes, estas informações têm toda a credibilidade e mostram o extremismo de Netanyahu e a destruição completa que, sob as suas ordens, foi feita num território com o pretexto de libertar reféns e acabar com o movimento Hamas. Estão contabilizadas mais de 60.000 mortes, todos os dias morrem palestinianos sob os bombardeamentos israelitas ou com fome, enquanto o monstro a quem o TPI emitiu ordem de prisão por crimes contra a humanidade e crimes de guerra, continua na sua criminosa acção de vingança e extermínio, com o silêncio do mundo ocidental, ou mesmo com o seu apoio. Segundo o WSJ, diversas organizações de direitos humanos israelitas, bem como um antigo director da Mossad, acusam Netanyahu de genocídio, mas as lideranças europeias parecem não ver isso.
No meio desta vergonha que é o comportamento irresponsável, leviano e cobarde de muitos líderes europeus, pouco mais podemos fazer que mostrar solidariedade para com aqueles que estão a ser mortos diariamente pela fome e pelas bombas.  

A catástrofe de Hiroshima foi há 80 anos

Foi no dia 6 de agosto de 1945, exactamente há 80 anos, que um avião bombardeiro B-29 americano, comandado pelo tenente-coronel Paul Tibbets, lançou uma bomba atómica sobre a cidade japonesa de Hiroshima, de que resultou a morte imediata de mais de 70.000 pessoas. Três dias depois, uma segunda bomba atómica foi lançada sobre Nagasaki, estimando-se que tenham sido mortas mais 80.000 pessoas.
O avião de Paul Tibbets foi baptizado como “Enola Gay” e ambos ficaram na História como os responsáveis pelo primeiro ataque nuclear contra seres humanos a que a Humanidade assistiu, embora o presidente Harry Truman tivesse dito à tripulação do avião, após o seu regresso aos Estados Unidos: “não percam o sono por terem cumprido esta missão; a decisão foi minha, vocês não podiam escolher”.
São muito poucos os jornais que evocam esta triste efeméride nas suas edições de hoje e a excepção é o diário francês L’Humanité, que dedica toda a sua primeira página ao “terror nuclear”.
A partir de Hiroshima e Nagasaki, a ameaça nuclear passou a perturbar as nossas vidas e a manter a humanidade intranquila, pois haverá uma dezena de países que já dispõem da arma nuclear. Cada um deles, sobretudo os Estados Unidos e a Rússia, parecem viver num “equilíbrio de terror”, porque demasiadas vezes tratam das suas rivalidades e das suas conflitualidades com o olho posto nos respectivos arsenais nucleares.  
A cidade de Hiroshima reergueu-se da catástrofe de 1945 e hoje recebe um número recorde de países nas cerimónias evocativas do “dia em que a cidade desapareceu”, embora três potências nucleares – China, Rússia e Paquistão – estejam ausentes.
Que o “espírito de Hiroshima”, que visa promover a paz no mundo e a abolição das armas nucleares, seja reforçado para o bem da humanidade.