segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

A volta ao mundo à vela em 47 dias

Alguns jornais franceses, tal como por cá fez o Diário de Notícias, destacam hoje nas suas primeiras páginas o notável feito de Thomas Coville, o navegador francês natural de Rennes de 48 anos de idade que, no comando do catamarã Sodebo Ultim de 31 metros, concluiu ontem a volta ao mundo em solitário no tempo de 49 dias, 3 horas, 7 minutos e 38 segundos. Trata-se de um novo recorde da volta ao mundo em solitário, sem escala e em catamarã, que bate por oito dias e 10 horas a anterior marca estabelecida em 2008 por Francis Joyon.
É um notável feito náutico de Thomas Coville que, no seu historial vélico, conta com sete voltas ao mundo, nove passagens no Cabo Horn e uma vitória na Volvo Ocean Race 2011-2012. Colville partiu de Brest no dia 6 de Novembro e cruzou ontem a linha de chegada virtual instalada em Ouessant, na Bretanha.
Costuma dizer-se que não há nada mais violento nem mais perigoso do que a navegação solitária, em que um pequeno erro de manobra pode significar a morte. Nesta sua aventura, Thomas Coville enfrentou algumas dificuldades, incluindo uma quase colisão com um cetáceo mas, sobretudo, quando já navegava no Atlântico norte e estava a poucos dias da chegada, encontrou fortes temporais com ventos de 45 nós e ondas alterosas.
Os velejadores da Bretanha são realmente fantásticos e, aparentemente, no mundo da vela ninguém os suplanta. Como, de resto, se tem visto na Vendée Globe que está actualmente a decorrer.

A grande festa do Natal

Embora o Natal seja uma festa cristã, por razões de diversa ordem transformou-se numa festa que perdeu muita da sua religiosidade e adquiriu contornos de festa pagã, demasiado virada para o consumo. Muitas das antigas tradições do Natal, incluindo o culto do presépio ou a missa do galo, têm perdido espaço de celebração, enquanto alguns novos símbolos natalícios como o Pai Natal ou a árvore do Natal se têm imposto um pouco por todo o lado. As crianças já não põem o sapatinho na chaminé, nem escrevem cartas ao Pai Natal. Tudo se tem alterado e, nesse quadro, domina a cultura do shopping center e a compra de prendas mais ou menos inúteis, para distribuir por miúdos e graúdos depois da ceia natalícia, que deve ser farta e bem regada.
Nesta crescente transformação do velho Natal religioso no novíssimo Natal consumista, que agora é dominado pelas renas da Lapónia a rebocar trenós, pelas vestes vermelhas do Pai Natal e pelas luzes cintilantes vendidas nas lojas chinesas, apenas se mantém a data de 25 de Dezembro e, ainda, uma fugaz ideia de Família.
Os jornais evocam essa data de forma muito ligeira e já não mostram presépios, mas tão somente e algumas vezes, uma fotografia da árvore de Natal gigante lá da terra que uma qualquer empresa patrocina. Porém, os franceses são uma excepção, porque muitos dos seus jornais publicam a fotografia do seu Père Noël e deixam bem clara a sua mensagem: Joyeux Noel.
Assim fez o jornal Paris-Normandie ao publicar a fotografia de um sorridente Pai Natal.
Hoje, porque ainda estamos em período de festas natalícias, deixo aqui os meus votos de Boas Festas aos leitores desta página.