Embora
o Natal seja uma festa cristã, por razões de diversa ordem transformou-se numa
festa que perdeu muita da sua religiosidade e adquiriu contornos de festa pagã,
demasiado virada para o consumo. Muitas das antigas tradições do Natal,
incluindo o culto do presépio ou a missa do galo, têm perdido espaço de
celebração, enquanto alguns novos símbolos natalícios como o Pai Natal ou a
árvore do Natal se têm imposto um pouco por todo o lado. As crianças já não
põem o sapatinho na chaminé, nem escrevem cartas ao Pai Natal. Tudo se tem
alterado e, nesse quadro, domina a cultura do shopping center e a compra de prendas mais ou menos inúteis, para
distribuir por miúdos e graúdos depois da ceia natalícia, que deve ser farta e
bem regada.
Nesta
crescente transformação do velho Natal religioso no novíssimo Natal consumista,
que agora é dominado pelas renas da Lapónia a rebocar trenós, pelas vestes
vermelhas do Pai Natal e pelas luzes cintilantes vendidas nas lojas chinesas,
apenas se mantém a data de 25 de Dezembro e, ainda, uma fugaz ideia de Família.
Os
jornais evocam essa data de forma muito ligeira e já não mostram presépios, mas
tão somente e algumas vezes, uma fotografia da árvore de Natal gigante lá da
terra que uma qualquer empresa patrocina. Porém, os franceses são uma excepção,
porque muitos dos seus jornais publicam a fotografia do seu Père Noël e deixam
bem clara a sua mensagem: Joyeux Noel.
Assim fez o jornal Paris-Normandie ao publicar a fotografia de um sorridente Pai Natal.
Hoje, porque ainda estamos em período de festas natalícias, deixo
aqui os meus votos de Boas Festas aos leitores desta página.
... que retribuo com amizade e um grande abraço.
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