sábado, 4 de julho de 2015

Cabo Verde: 40 anos de independência

Amanhã a República de Cabo Verde completa 40 anos como país soberano. Foi no dia 5 de Julho de 1975 que foi lida a histórica proclamação da independência na cidade da Praia, na ilha de Santiago. A festa vai ser grande, nas ilhas e na diáspora. Em Portugal estão anunciadas muitas iniciativas para celebrar a data.
As aspirações independentistas do arquipélago de Cabo Verde nunca tinham passado pela luta armada no seu território, embora o fundador e muitos quadros do PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde) fossem cabo-verdianos e tivessem participado activamente na guerra de libertação nacional que ocorreu na Guiné entre 1962 e 1974. Esse facto, associado a uma evidente proximidade cultural entre os portugueses e os cabo-verdianos e até circunstâncias de relacionamento pessoal entre muitos dirigentes das duas partes, facilitou e tornou “exemplar” o processo de transferência de soberania portuguesa para o novo Estado. Por isso, as delegações do governo português e do PAIGC assinaram no dia 19 de Dezembro de 1974, em Lisboa, um documento que abriu caminho para a independência do arquipélago.
Nesse documento de oito páginas foi aprovada a transferência de poderes e foi criado um governo de transição composto por três ministros portugueses e três cabo-verdianos, liderado por um Alto-Comissário português, cargo que foi desempenhado pelo almirante Vicente Almeida d'Eça, como representante da soberania portuguesa. O governo de transição teve por principal missão "conduzir as operações conducentes à eleição por sufrágio directo e universal, em 30 de Junho de 1975, de uma assembleia representativa do Povo de Cabo Verde". Nesse dia foram eleitos os primeiros 56 deputados cabo-verdianos, que se reuniram no dia 4 de Julho de 1975 nas instalações da Câmara Municipal da Praia, para constituírem a primeira Assembleia Nacional Popular. Nessa sessão foi aprovada a solene proclamação que foi lida no dia seguinte por Abílio Duarte, o primeiro presidente do parlamento cabo-verdiano, no estádio da Várzea:
“Povo de Cabo Verde, hoje, 5 de Julho de 1975, em teu nome, a Assembleia Nacional de Cabo Verde proclama solenemente a República de Cabo Verde como Nação Independente e Soberana”.
Passados 40 anos, a República de Cabo Verde é um respeitado membro da comunidade internacional, um dos símbolos da paz e da democracia em África e uma terra de gente fascinante, desde Amílcar Cabral e Pedro Pires, até Cesária Évora e Germano Almeida.  É um país de músicos e de futebolistas, de gente de trabalho e de sofrimento, mas é também o país da morabeza e da cachupa, da morna, da coladera e da kolá san jon. Uma grande comunidade e um grande país!

Arrancou o 7º Festival ao Largo

Devagar, devagarinho, o Festival ao Largo vai-se impondo no panorama cultural da cidade de Lisboa, com uma programação que inclui música coral e sinfónica, ópera e. dança, que são apresentados no largo fronteiro ao Teatro Nacional de São Carlos. Este ano o festival cumpre a sua 7ª edição e iniciou-se ontem com um repertório muito atractivo, em que actuaram a Orquestra Sinfónica Portuguesa, o Coro do Teatro Nacional de São Carlos e a solista Sofia Escobar, sob a direcção da maestrina Joana Carneiro, tendo interpretado um programa intitulado “Broadway e Novo Mundo”. Com espectáculos a apresentar quase todos os dias, o festival decorre até ao dia 25 de Julho. Espera-se que, tal como sempre tem acontecido nos anos anteriores, que o festival atraia muito público àvido de espectáculos de boa qualidade, em cenários de grande apelo estético e, além disso, gratuitos. As noites quentes de Julho ajudam a completar o agradável ambiente, embora a escassez do espaço do Largo de São Carlos e as dificuldades de acesso ao local em transporte público ou privado, sejam uma contrariedade.
Este ano e pela primeira vez, o programa do primeiro dia foi transmitido em directo pela RTP2 para o largo Visconde Serra do Pilar, em Santarém, e para a praça do Sertório, em Évora. Uma ideia que se aplaude. Da mesma forma, merece aplauso o patrocínio do Banco Millenium que percebe que "as artes performativas são um dilema económico" e precisam de patrocinadores, como concluiu o economista William Baumol nos seus apreciados estudos sobre este tema.

A festa do Tour de France começa hoje

Inicia-se hoje em Utrecht, na Holanda, a 102ª edição do Tour de France 2015, uma das mais importantes provas desportivas mundiais. A França e os franceses vão entrar em festa com um espectáculo ímpar, que lhes permitirá ver as imagens dos monumentos, povoações e paisagens por onde passarão os ciclistas e a sua monumental caravana de apoio. Milhares de pessoas deslocar-se-ão para as montanhas, nos Alpes e nos Pirinéus, para participar na festa, vibrar com o espectáculo e incitar os seus ídolos. "Ce sera grandiose", titula hoje o jornal L'Équipe.
Até ao dia 26 de Julho e ao longo de 3344 quilómetros distribuidos por 21 etapas, os melhores ciclistas mundiais vão procurar inscrever o seu nome na galeria dos mais notáveis e, desde já, os favoritos são Vicenzo Nibali (Itália), Chris Froome (Inglaterra), Alberto Contador (Espanha) e Nairo Quintana (Colômbia). Como sempre acontece, a montanha vai ter um papel decisivo na definição do vencedor, havendo a salientar-se este ano o regresso da famosa subida do Alpe D’Huez, que será feita na 20ª e penúltima etapa da prova, na véspera da chegada aos Campos Elíseos. Uma grande prova desportiva em perspectiva!
A RTP2 vai proporcionar o acompanhamento desta prova aos portugueses, ao transmitir diariamente e em directo, todas as etapas da competição, devendo salientar-se a elevada qualidade das transmissões televisivas que, desde há alguns anos, têm sido proporcionadas pela organização da prova. Como eles costumam dizer, é um espectáculo televisivo a não perder.
Haverá três portugueses no pelotão: Rui Costa e Nelson Oliveira (Lampre-Mérida), Tiago Machado (Team Katusha) e José Mendes (Bora-Argon 18). Naturalmente que Rui Costa, que foi campeão do Mundo em 2013, vai estar ao lado dos favoritos, esperando-se que possa dar algumas alegrias aos portugueses.