Nos últimos
tempos tem-se falado muito de violência doméstica, de violência urbana, de
violência psicológica, de violência sexual, de violência física e de outros
tipos de violência, mas numa conferência recentemente realizada em Lisboa, o
tema da violência reentrou na ordem do dia quando Mário Soares declarou que “a
violência está à porta” e que aquela iniciativa tinha sido promovida exactamente
“para evitar a violência". O irrevogável ministro Portas e algumas das
suas marionetas partidárias, aproveitaram a oportunidade para criticar Mário
Soares e aquilo a que chamaram “um apelo implícito à violência”. Porém, não houve
nenhum apelo desse tipo e, pelo contrário, tem sido o irrevogável Portas e os
seus colegas de governo que repetidamente têm usado a violência sobre a minha
pessoa e sobre muitos outros portugueses, dos quais muitos milhares já
emigraram, quase um milhão estão desempregados e muitos mais empobreceram.
A violência corresponde
sempre a um comportamento intencional e excessivo que causa dano moral ou físico a
outra pessoa ou ser vivo, nele se incluindo a violação dos direitos humanos. Aquilo
que o governo tem feito torna-me uma vítima da violência governamental, pois
mentiu-me descaradamente em campanha eleitoral e depois reduziu-me a qualidade
de vida, sem que alguma vez eu tivesse vivido acima das minhas possibilidades. O
governo exige-me continuados sacrifícios, mas não vejo que os seus membros e os
seus assessores os façam na mesma proporção. É uma violência. É também uma
violência a redução da minha pensão para a qual descontei cerca de cinquenta
anos, o aumento de todos os meus impostos directos e indirectos, a redução dos
meus direitos à saúde, o aumento da minha factura da electricidade e assim
sucessivamente. O que nos estão a fazer é uma violência e, em muitos casos, é uma
desumanidade e uma ofensa à nossa dignidade. Assim, é a governação de Passos e de Portas ou de Maduro e de Branco, que constitui um verdadeiro caso de violência sobre os portugueses.