Fogo
destrói Museu Nacional, é o
título de primeira página com uma fotografia a toda a sua largura, da edição de hoje da Folha de S. Paulo e, notícias como
esta deixam-nos muito tristes, quer aconteçam no Rio de Janeiro ou em Lisboa,
em Atenas ou no Cairo, em Bagdad ou em Nagasaki.
Diz a notícia que um incêndio de grandes proporções deflagrou
ontem, destruindo o Museu Nacional na Quinta da Boavista, no Rio de Janeiro, só
tendo sido dominado ao fim de seis horas de combate. O prejuízo científico e
cultural desta tragédia é incalculável pois cerca de 20 milhões de peças arqueológicas de uma
colecção que tinha o maior e mais importante acervo indígena e uma das
bibliotecas de antropologia mais ricas do Brasil, foram destruídas.
Foi uma
perda gravíssima para a História, para a Ciência e para a Cultura do Brasil. O palácio que albergava o museu também foi destruído.
Foi inaugurado em 1818 pelo rei D. João VI quando o Brasil era uma colónia
portuguesa e chegou a ser a residência imperial, pelo que também representa uma
grande perda para o património construído no Brasil colonial.
Procuram-se agora as causas desta tragédia cultural,
mas há uma lição universal a tirar: a preservação e a segurança do património
não podem depender de questões orçamentais, pois são tão importantes na
definição da identidade nacional como a língua ou o território.