Em Bondi Beach, a
praia mais conhecida de Sydney, dois homens armados com espingardas atiraram de
forma indiscriminada sobre a multidão de várias centenas de pessoas que participava
numa das mais importantes celebrações judaicas. Era domingo, a praia estava
cheia e, naturalmente, gerou-se o pânico e aconteceram actos de terror, como
anunciou a edição de ontem do jornal The Camberra Times. Naquelas dramáticas
circunstâncias, um homem chamado Ahmed al Ahmed, de 43 anos de idade e dono de
uma frutaria em Caringbah South, aproximou-se de um dos atiradores e, com
notável sangue-frio e muita coragem, conseguiu imobilizá-lo e desarmá-lo,
evitando dessa forma que houvessem muito mais vítimas, para além dos 16 mortos
e 40 feridos que a tragédia provocou. Esta acção de Ahmed al Ahmed foi filmada
por vários moradores e isso fez com que fosse considerado um “herói genuino”.
O trágico
incidente emocionou a Austrália e, embora tenha acontecido a cerca de 18.000
quilómetros de distância, também foi notícia em Portugal, por se tratar de mais
um acto de extrema barbaridade, como muitos outros que parecem estar a aumentar
no mundo, pelas mais diversas razões.
Neste caso de Sydney
há duas singularidades: a primeira foi o facto de ter sido a atitude corajosa
de um árabe, emigrante sírio, que poupou muitas vidas de elementos da
comunidade judaica de Sydney, enquanto a segunda mostra que “quem semeia ventos
colhe tempestades”, ou que há muita gente no mundo que não esquece a violência
e a crueldade do regime extremista de Netanyahu, que destruiu Gaza, que matou
milhares de palestinianos inocentes e que atacou os árabes do Líbano e da Síria.
A tragédia de Bondi Beach deve ser repudiada universalmente, embora a retaliação seja uma arma que todos usam.
