O Jornal
de Angola evoca hoje o dia 4 de Fevereiro de 1961, quando “o heroísmo
abriu caminho para a liberdade”. Nesse dia, um grupo de nacionalistas angolanos
- brancos, mestiços e negros - desencadeou ataques simultâneos à cadeia de São
Paulo, à Casa de Reclusão Militar e ao quartel da Companhia Móvel da Polícia de
Segurança Pública, na cidade de Luanda. Nesse mesmo dia, o vespertino Diário de Lisboa noticiava que “três
grupos armados tentaram a noite passada libertar presos em Luanda” e, no dia
seguinte, o mesmo jornal informava que “eram estrangeiros na sua maioria os
componentes do grupo que assaltou as prisões de Luanda”.
Enquanto a
imprensa lisboeta, que era controlada pela censura, desvalorizava o que
acontecera em Luanda, a partir de Conacry onde se encontrava instalado, o
Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) de imediato reivindicou a
autoria daquelas acções. Aquele dia 4 de Fevereiro passou a ser considerado
como a data de início da guerra de libertação nacional que, com muitos protagonistas
e muitos episódios, só viria a terminar no dia 11 de Novembro de 1975, com a
proclamação da República Popular de Angola.
Porém, com o fim
da guerra de libertação e a independência nacional, os angolanos não tiveram a
paz e o progresso a que aspiravam, pois imediatamente eclodiu a guerra civil
angolana que só terminou em 2002, isto é, há menos de vinte anos. Significa que
Angola enfrentou duas guerras consecutivas durante mais de quarenta anos e,
nesse sentido, a data de 4 de Fevereiro de 1961 assinala e relembra o início do
longo percurso angolano para a liberdade.