sábado, 17 de dezembro de 2022

Indústria aeronáutica e a nova Air India

O diário La Dépêche du Midi que se publica em Toulouse, a capital da região administrativa da Occitânia que se situa no sueste da França, noticiou ontem com grande destaque que “a aeronáutica volta a descolar na Occitânia”. De facto, a actividade do gigante aeronáutico Airbus acelerou nos últimos meses e, depois da crise sanitária de 2019-2021, já passou de uma produção mensal de quarenta para sessenta unidades do seu modelo A320. O sector emprega 80.000 trabalhadores, incluindo a área aeroespacial, mas há uma enorme quantidade de fornecedores e de subcontratações da Airbus que animam a economia da região. Para a criação deste ambiente de euforia que está a envolver a Occitânia e o grupo Airbus, está a provável encomenda de 500 aeronaves pela Air India, que está em vias de se concretizar e que será a maior encomenda alguma vez feita por uma só companhia. 
A Air India foi privatizada no início do ano de 2022 e foi adquirida pelo grupo Tata que prometeu torná-la numa empresa de classe mundial, pelo que está em vias de concretizar uma das maiores encomendas da história da aviação que, a preços de catálogo, custará cerca de 100 mil milhões de euros, um valor que é aproximadamente equivalente ao orçamento do Estado Português. Segundo revela o jornal, a encomenda consta de 400 aviões de médio curso e 100 aeronaves de longo curso, mas o grupo Tata ainda está a ponderar a divisão da sua encomenda entre a Airbus e a Boeing. 
Certamente que os aspectos políticos e as contrapartidas a oferecer por cada um dos construtores estão a ser ponderadas, bem como os custos subterrâneos que estas operações sempre envolvem. Porém, o que não há dúvidas é que a Air India se vai posicionar em breve no topo mundial da aviação comercial.