quarta-feira, 11 de agosto de 2021

O último aviso para salvar o planeta

No ano de 1988 foi criado, no âmbito das Nações Unidas, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, mais conhecido pela sigla IPCC (Intergovernmental Panel on Climate Change), cujo principal objectivo é o estudo e a divulgação dos mais avançados conhecimentos científicos sobre as mudanças climáticas e, em especial, sobre o aquecimento global. 
O IPCC agrega milhares dos mais qualificados especialistas mundiais e, desde a sua fundação, tem produzido vários documentos importantes, o que levou o Comité Nobel a atribuir-lhe o Prémio Nobel da Paz em 2014. Desses documentos destacam-se os cinco relatórios de avaliação global já apresentados e, agora, a sua sexta avaliação ou sexto relatório sobre as alterações climáticas, que veio confirmar a enorme influência humana no aquecimento global e nos fenómenos a ele associados.
O nosso planeta está a aquecer a um ritmo sem precedentes e é necessário travar a fundo as emissões de gases com efeito de estufa, embora já não seja possível impedir alguns fenómenos já em marcha durante décadas, como a fusão do gelo polar e a subida do nível do mar, prevendo-se que até 2040 o planeta deve aquecer 1,5 graus e essa é a mais severa previsão feita até agora.
Com base neste relatório, o secretário-geral das Nações Unidas foi claro e afirmou que este relatório é “um alerta vermelho para a humanidade” e que é necessário ”o fim do uso do carvão e dos combustíveis fósseis, antes que destruam o planeta”. António Guterres apelou ainda para que se unam todas as forças para evitar a catástrofe climática e pediu aos dirigentes mundiais, que em Novembro se vão reunir na conferência do clima em Glasgow, para que tomem medidas no sentido da efectiva redução das emissões de gases de efeito de estufa.
O jornal el Periódico de Barcelona diz que é “o último aviso para salvar o planeta”.

Lionel Messi e as lágrimas de crocodilo

Toda a imprensa espanhola da passada segunda-feira dedicou as suas primeiras páginas à conferência de imprensa do futebolista argentino Lionel Messi que, depois de ter integrado a equipa do Barcelona FC desde os 13 anos de idade e durante 21 anos, decidiu mudar de clube e não conseguiu evitar de chorar quando anunciou essa decisão. A Catalunha e a Espanha entraram em paranóia por terem perdido Messi, enquanto a euforia invadiu a cidade de Paris, para onde o futebolista se dirigiu em busca do dinheiro que o clube catalão já não lhe podia pagar.
O problema do Barcelona e de Lionel Messi foi o dinheiro. O clube estará falido, com uma dívida superior a mil milhões de euros, da qual cerca de 730 milhões são dívida de curto prazo, porque de uma forma irresponsável contratou quem quis e pagou tudo o que lhe pediram. Ninguém sabe o que o Barcelona FC pagou a Lionel Messi durante 21 anos, mas a imprensa refere que actualmente lhe pagava 110 milhões de euros anuais, correspondentes a cerca de 9 milhões de euros mensais. Se era verdade, era uma verdadeira obscenidade!
Messi encenou bem a cena do choro quando anunciou a sua saída de Barcelona, mas o facto é que o seu clube entrou em ruptura financeira exactamente para lhe pagar a ele e a outros dos seus companheiros. Afirmou que “não estava preparado para sair” e que “pensava que ia continuar em casa”, acrescentando que “fez tudo o que era possível para continuar”. Chorou porquê? Apenas porque queria ainda mais dinheiro. Estas declarações, bem como as lágrimas de crocodilo que derramou, apenas mostram como é o mundo do futebol – o dinheiro, só o dinheiro e mais dinheiro.
Gosto muito de futebol, mas isto não é futebol.