quinta-feira, 3 de setembro de 2020

As eleições e o futuro na Venezuela


A Venezuela tem eleições parlamentares marcadas para o dia 6 de Dezembro e esse facto é animador pois pode conduzir a uma saída para a grave crise que atravessa o país, onde vivem cerca de 400 mil portugueses ou luso-descendentes.
As sanções económicas impostas pelos Estados Unidos ao regime de Nicolas Maduro deram origem a uma grave crise económica e a uma grande instabilidade social, que foi aproveitada por alguma oposição estimulada por Donald Trump, para tentar mudar o regime chavista que governa a Venezuela. Como não tiveram o apoio das Forças Armadas para tomar o poder, foi montada uma operação que se disfarçou de ajuda humanitária e até foi arranjado um tal Juan Guaidó para suceder a Maduro. A operação desenvolveu-se em Fevereiro de 2019 e foi apoiada pelos mass media internacionais, mas Maduro negou que houvesse crise humanitária no país e continuou a ter o apoio dos militares e do aparelho judicial.
Passados muitos meses e agora sob o efeito da pandemia, o presidente Maduro decidiu convocar eleições para o dia 6 de Dezembro e convidou as Nações Unidas e a União Europeia para participarem nas eleições como observadores. Ao mesmo tempo, Nicolás Maduro concedeu mais de uma centena de indultos a políticos da oposição que se encontravam detidos, o que significa que já escuta as reivindicações da oposição, que entretanto se dividiu.
De um lado está Henrique Capriles, o antigo governador do estado de Miranda e candidato derrotado nas eleições presidenciais de 2012, que apoia a realização de eleições, admite negociações com Maduro e se afastou de Guaidó, cuja estratégia “se agotó”.
Do outro lado ainda está Juan Guaidó, agora com menos apoio de Trump e de Bolsonaro, que acusa Capriles de negociar com “la dictadura de Maduro”. Assim, a Venezuela tem a sua oposição dividida, enquanto o regime de Maduro parece estar mais moderado. Quanto a Juan Guaidó, muito dependente de Trump e de algumas agências americanas, parece que realmente se esgotou. Vamos a ver.