A Venezuela tem
eleições parlamentares marcadas para o dia 6 de Dezembro e esse facto é
animador pois pode conduzir a uma saída para a grave crise que atravessa o
país, onde vivem cerca de 400 mil portugueses ou luso-descendentes.
As sanções
económicas impostas pelos Estados Unidos ao regime de Nicolas Maduro deram
origem a uma grave crise económica e a uma grande instabilidade social, que foi
aproveitada por alguma oposição estimulada por Donald Trump, para tentar mudar
o regime chavista que governa a Venezuela. Como não tiveram o apoio das Forças
Armadas para tomar o poder, foi montada uma operação que se disfarçou de ajuda humanitária
e até foi arranjado um tal Juan Guaidó para suceder a Maduro. A operação desenvolveu-se
em Fevereiro de 2019 e foi apoiada pelos mass
media internacionais, mas Maduro negou que houvesse crise humanitária no
país e continuou a ter o apoio dos militares e do aparelho judicial.
Passados muitos
meses e agora sob o efeito da pandemia, o presidente Maduro decidiu convocar
eleições para o dia 6 de Dezembro e convidou as Nações Unidas e a União
Europeia para participarem nas eleições como observadores. Ao mesmo tempo,
Nicolás Maduro concedeu mais de uma centena de indultos a políticos da oposição
que se encontravam detidos, o que significa que já escuta as reivindicações da
oposição, que entretanto se dividiu.
De um lado está Henrique
Capriles, o antigo governador do estado de Miranda e candidato derrotado nas
eleições presidenciais de 2012, que apoia a realização de eleições, admite
negociações com Maduro e se afastou de Guaidó, cuja estratégia “se agotó”.
Do outro lado
ainda está Juan Guaidó, agora com menos apoio de Trump e de Bolsonaro, que acusa
Capriles de negociar com “la dictadura de Maduro”. Assim, a Venezuela tem a sua
oposição dividida, enquanto o regime de Maduro parece estar mais moderado.
Quanto a Juan Guaidó, muito dependente de Trump e de algumas agências
americanas, parece que realmente se esgotou. Vamos a ver.
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