terça-feira, 2 de julho de 2019

Os novos rostos para a União Europeia


Hoje ninguém duvida que a União Europeia vive dias difíceis, sobretudo porque lhe tem faltado um verdadeiro ideal comunitário e porque não tem tido dirigentes capazes de ultrapassar os seus nacionalismos egoistas.
Quando em 1962 o general De Gaulle utilizou a expressão “Europa das pátrias” teve a visão de um espaço marcado por culturas diferenciadas, por rivalidades e por um historial de violência e de guerra, de revoluções e de insurreições, sem paralelo com qualquer outra parte do mundo. Por isso, a construção europeia tem sido um processo muito complexo e, com frequência, a União Europeia tem-se comportado como um grupo de famílias desavindas, devido sobretudo à rivalidade do eixo França-Alemanha, à tradicional desconfiança da Grã-Bretanha em relação ao continente (de que o Brexit é apenas um episódio) e a muitos outros exemplos.
O Conselho Europeu deveria agora encontrar as personalidades que, até ao final do corrente ano e depois do voto do Parlamento Europeu, irão ocupar os lugares de topo da União Europeia. Essas escolhas deveriam assegurar o equilíbrio de género e o equilíbrio entre as diferentes regiões, famílias políticas e, sobretudo, garantir pessoas com experiência comprovada, quer a nível nacional quer a nível internacional. Foi muito difícil o consenso e só hoje, depois de uma terceira ronda de impasses e de duras negociações, os chefes de Estado e Governo da União Europeia chegaram a um acordo.
A alemã Ursula von der Leyen, foi proposta para nova presidente da Comissão Europeia, cargo atualmente ocupado por Jean Claude-Juncker. Para vice-presidentes da Comissão Europeia foram escolhidos a liberal dinamarquesa Margrethe Vestager, o socialista holandês Frans Timmermans e o eslovaco Maros Sefcovic. A atual líder do FMI, Christine Lagarde, foi indicada para presidir ao Banco Central Europeu, para a presidência do Conselho Europeu foi proposto o liberal belga Charles Michel e o novo responsável pela diplomacia da União Europeia será o socialista espanhol Josep Borrell. Com tanta negociação é de esperar que as escolhas tenham sido acertadas e que os escolhidos sejam capazes de fortalecer a unidade da Europa.