A revista Time
dedica a sua última edição a um tema de grande interesse – a reindustrialização
da América.
Nos últimos vinte
anos a China tornou-se a “fábrica do mundo” e os países ocidentais começaram
por valorizar essa situação por razões ambientalistas e de mercado, mas agora começaram
a ver a outra face da moeda e a sentir os maus resultados desse modelo de
desenvolvimento, que lhes acentua debilidades e dependências. Depois de décadas
seguidas em que a América e os países mais desenvolvidos da Europa, se
deslumbraram com a terciarização e procederam a uma enorme desindustrialização
das suas economias, criando pobreza e desemprego crónicos onde antes havia
prosperidade e desenvolvimento, começam a surgir sinais que apontam para a
alteração deste quadro.
Nos Estados
Unidos, segundo revela esta semana a revista Time, a produção
industrial está a crescer a bom ritmo e, nos últimos três anos, foram criados
500 mil postos de trabalho, sendo a primeira vez que, em mais de uma década,
aumentou o emprego industrial.
Porém, a nova
indústria e as fábricas da actualidade já não têm as características do passado
recente e a nova produção industrial made-in-America
é agora baseada em tecnologias de ponta, com mais máquinas e com menos
trabalhadores do que antes. As novas indústrias e os novos empregos estão a
exigir novos conhecimentos, pelo que é indispensável a adaptação dos modelos
educativos aos novos tempos. O exemplo dos Estados Unidos mostra que estamos no
início de uma reconfiguração da economia global e que em Portugal há muito a
fazer nestes domínios.