O venerando Chefe
do Estado decidiu fazer uns dias de férias e fez muito bem, mas as coisas não
correram como desejava e, certamente, regressou mais cansado do que quando
partiu. Então não é que os órgãos de comunicação social adivinharam esta deslocação de Marcelo Rebelo de Sousa e até
estavam à sua espera em Porto Santo, perseguindo-o desde que desceu do avião
com o seu trolley a reboque, até
apanhar um táxi e, como se viu nas imagens, sem seguranças, assessores ou
equipas médicas?
O venerando Chefe
do Estado deve ter pensado que estaria sossegado na bela praia de Porto Santo a ler um livro e a
ver o mar, mas os mesmos órgãos de comunicação social adivinharam o local exacto daqueles nove quilómetros de areal onde ele se foi banhar e a hora exacta em que ia mergulhar, tratando de o importunar com
as perguntas do costume. O cidadão Marcelo Rebelo de Sousa podia ter-se
dispensado de responder àquela bateria de microfones e câmaras que o
incomodaram na praia quando estava de férias mas, “a bem da nação” acedeu, até porque as televisões precisavam daquelas imagens para encher os seus telejornais com os habituais comentários do antigo comentador televisivo, que fala sobre tudo o que deve e o que não deve.
Naturalmente, o
povo apareceu para saudar o venerando Chefe do Estado que, mesmo com máscara anti-covid, alinhou nas selfies do costume, como
mostrou a edição do Jornal da Madeira em primeira página, o que lhe permite
acrescentar pontos à sua candidatura para entrar no Guinness Book of World Records, como o homem que mais selfies despacha por onde quer que
apareça.
Para além destes
incómodos que certamente perturbaram as férias do senhor Presidente, ainda há quem diga
que isto são desnecessárias exibições de populismo ou peças eleitorais de uma campanha presidencial
que se aproxima.
Honi soit qui mal
y pense!