terça-feira, 7 de novembro de 2017

A anormalidade da meteorologia ibérica

A noção de bom tempo está sempre relacionada com a ocorrência de dias solarengos com altas temperaturas, mas muitas vezes são esquecidos os efeitos que este bom tempo produz quando acontece fora de tempo e fora de lugar. É o que está a acontecer em muitas regiões de Espanha onde, segundo revela hoje o diário ABC, se está a viver o quinquénio mais quente da história espanhola, originando que as barragens estejam a níveis de 20% da sua capacidade, que haja ondas de incêndios devastadores, que sejam feitos cortes no abastecimento de água e se verifiquem perdas milionárias nos campos e nas explorações agrícolas devido à seca. O mês de Outubro foi uma verdadeira anomalia meteorológica e em algumas cidades como Salamanca, Cáceres e Ourense, jamais se tinham verificado temperaturas tão altas com os termómetros a alcançarem valores da ordem dos 35º C. Estas altas temperaturas associadas à falta de chuvas, têm agravado a situação espanhola que é classificada como uma situação grave de seca.
Naturalmente, a situação descrita hoje na reportagem do ABC, também se está a verificar em Portugal.
O IPMA anunciou que o mês de Setembro foi “extremamente quente” e que, em finais do mês, cerca de 81% do território continental estava em seca severa, 7,4% em seca extrema, 10,7% em seca moderada e 0,8% em seca fraca. Significa que a conjugação de valores da precipitação inferiores ao normal com valores da temperatura do ar muito superiores ao normal, deu origem em Portugal aos mesmos problemas que se verificaram em Espanha, com seca severa, incêndios devastadores, escassez de água nas barragens, racionamento na utilização da água e pouca humidade no solo.
O problema é muito grave e só é lamentável que seja aproveitado por alguns para a luta política.

Donald Trump impôs o medo e a incerteza

No dia 8 de Novembro de 2016, com surpresa geral, os americanos elegeram Donald Trump como o 45º presidente dos Estados Unidos e, aos 70 anos de idade, tornou-se o homem mais velho de sempre a ser eleito para um primeiro mandato presidencial.
Apesar de só ter tomado posse no dia 20 de Janeiro de 2017, a passagem do primeiro aniversário da sua eleição está a dar origem ao aparecimento na imprensa internacional de balanços sobre o seu desempenho. Assim faz a revista alemã Der Spiegel na sua última edição, com uma sugestiva capa em que a onda de Trump parece arrasar ou inundar as instituições e a sociedade americana.
Os Estados Unidos estão mais divididos do que nunca quanto ao desempenho presidencial e numa recente sondagem da Gallup Poll, o presidente recebia apenas 35% das opiniões favoráveis, que é a mais baixa taxa de popularidade alguma vez tida por um presidente em exercício. Porém, o bom desempenho da economia americana e a ausência de uma oposição consequente que ainda não se refez da derrota de 2016, têm permitido que Donald Trump esqueça muitas das suas promessas eleitorais.
Porém, para muitos observadores, a política externa errática de Trump pode ter graves consequências para a Humanidade, devido às suas escolhas políticas, à sua fanfarronice e aos seus tweets incendiários e provocadores.
Na Europa, a popularidade de Trump também deixa muito a desejar e, segundo a Odoxa-Dentsu Consulting, quase 90% dos europeus têm uma má imagem do presidente americano. A grandeza e a respeitabilidade americanas que durante sete décadas foram a base da segurança global estão a ser corroídas por Donald Trump e os Estados Unidos já deixaram de ser uma referência para os europeus. O slogan “America first” tem dado muito maus resultados e os exemplos das más políticas de Trump sucedem-se por todo o lado, desde a Coreia do Norte à Síria, passando pelo muro do México, o Obamacare ou os acordos de Paris.
Trump trouxe o medo e a incerteza, quando todos precisávamos de confiança e de serenidade para enfrentar os enormes desafios do nosso planeta. Evidentemente que a América merecia melhor e o mundo também.