Donald Trump apresentou em Washington o seu plano em 21
pontos para acabar com a guerra em Gaza, que inclui o cessar-fogo, a troca dos
reféns israelitas em poder do Hamas por algumas centenas de prisioneiros
palestinianos, o desarmamento do Hamas e a instauração de um governo
palestiniano temporário, a ser supervisionado por um “Conselho de Paz” internacional
liderado por Donald Trump, com participação de figuras como Tony
Blair, que ficará responsável pela administração de Gaza até que a Autoridade
Palestiniana complete um programa de reformas. Será criada uma força internacional de estabilização
temporária, a qual será imediatamente mobilizada para Gaza para garantir a sua
segurança, havendo a retirada gradual
das tropas israelitas.
Diz a imprensa
que este plano foi acolhido favoravelmente por numerosos países, tanto na
Europa como no mundo árabe, mas que também tem o apoio do Secretário-geral da
ONU e do Papa Leão XIV, que vê este plano com satisfação e com esperança.
Agora, falta apenas o apoio do Hamas e a superação das divisões internas
israelitas.
Porém, depois de
tanta crueldade e de tanto morticínio no terreno, mas também de avanços e de recuos
na tentativa de chegar a um cessar-fogo, o plano agora assinado por Donald
Trump e Benjamin Netanyahu, a quem Trump trata carinhosamente por Bibi, obriga
qualquer pessoa a ter reservas, porque é difícil acreditar que a intenção de
fazer de Gaza a Riviera do Mediterrâneo Oriental tenha sido descartada e que o
direito dos palestinianos a viver na sua terra esteja agora a ser respeitado.
Daí que, na sua edição de hoje, o jornal francês La Dépêche du Midi
pergunte se “le plan Trump peut-il marcher”.
Na verdade, ninguém conhece as verdadeiras intenções de Trump e de
Netanyahu em relação ao futuro da Palestina, não deixando de ser curioso que,
segundo também refere a imprensa, "Trump considera insultuoso para os Estados Unidos se não receber o Nobel da Paz", o que pode significar que este plano chamado “Plano Abrangente para Acabar com o Conflito de
Gaza” se destina a impressionar o Comité Nobel
Norueguês, que é designado pelo Parlamento da Noruega e que atribui o prémio
que Donald Trump tanto deseja. Seria demasiada hipocrisia e ninguém pode imaginar que possa ser uma coisas destas...