A edição de hoje
dos principais diários portugueses, casos do Jornal de Notícias, do Público
e do Correio da Manhã, incluiu um
anúncio publicitário de uma página, pago pelo Parlamento Europeu, em homenagem
aos laureados com o Prémio Sakharov 2024, respectivamente María Corina Machado,
líder das forças democráticas da Venezuela, e Edmundo González Urrutia,
presidente eleito do país.
María Corina
Machado que foi escolhida como representante da Plataforma Unitária Democrática
para disputar as eleições presidenciais de 2023 contra o chavista Nicolas
Maduro, foi impedida pelas autoridades venezuelanas de se apresentar à eleição,
vindo a ser substituída pelo diplomata Edmundo González Urrutia.
As eleições realizaram-se no dia 28 de Julho e Nicolas Maduro auto-proclamou-se vencedor, ignorando as acusações de grossa fraude eleitoral, mas o provável vencedor González Urrutia foi internacionalmente
reconhecido como vencedor.
O povo festejou nas ruas a sua vitória, mas Nicolas Maduro não reconheceu a sua derrota e nunca aceitou a
divulgação das actas eleitorais, tratando de perseguir os oposicionistas, que enfrentaram a repressão chavista do regime de Nicolas Maduro. González
Urrutia acabou por se exilar em Espanha, mas María Corina Machado permaneceu na Venezuela por vontade
própria. Agora, o Parlamento Europeu veio reconhecer a justeza e a coragem da sua luta pela democracia na Venezuela.
O Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento foi
instituído em 1988 pelo Parlamento Europeu, quando o físico nuclear e
dissidente russo Andrei Sakharov estava exilado em Gorky, sendo atribuído
anualmente a personalidades ou entidades que se esforçam por defender os
direitos humanos e as liberdades fundamentais.
O prémio foi hoje entregue pela
presidente do Parlamento Europeu numa cerimónia realizada em Estrasburgo, na
qual González Urrutia esteve presente e María Corina Machado foi representada
pela filha.
Tal como o Parlamento Europeu, também aqui prestamos homenagem àqueles que na Venezuela lutam pela democracia.