sábado, 10 de julho de 2021

A Escócia, a Inglaterra e a rivalidade total

Amanhã joga-se a final do Euro2020 entre a Inglaterra e a Itália, um jogo que está a despertar um entusiasmo proporcional à enorme promoção que foi feita de toda essa competição. Aqui em Portugal foi um exagero, um autêntico sufoco de informação. Nunca terá havido um acontecimento internacional que mobilizasse tantos jornalistas, tantos comentadores e tantos estagiários portugueses. Foi uma festa para toda essa gente que esvaziou as tesourarias das suas empresas, mas encheu a cidade de Budapeste atrás da selecção portuguesa. Porém, as coisas não correram bem e apesar de ter jogadores muito talentosos, a equipa ficou pelo caminho. Foi um soco no estômago depois de tudo o que foi dito e escrito.
Amanhã, portanto, teremos a Inglaterra e a Itália à procura da taça. Como se tem visto e amanhã se voltará a ver, o vencedor vai resultar de uma casualidade, de um erro do árbitro, da falha de um guarda-redes ou de uma bola na trave. Curiosamente, o jornal independentista escocês The National, dedica a primeira página da sua edição de hoje a Roberto Mancini, o treinador da selecção italiana e escreve:
Salva-nos Roberto, tu és a nossa esperança. 
Nós não podemos suportar mais 55 anos deles a bater sobre isso.
O facto é que a Inglaterra nunca ganhou o Europeu e só uma vez, no ano de 1966, ganhou o Mundial, o que é um palmarés decepcionante para um país que é a pátria do futebol. Os escoceses consideram que os ingleses, que gostam de invocar glórias do passado, andam há 55 anos a invocar com arrogância aquela sua única vitória. Por isso, os ingleses estão ansiosos por uma nova vitória, mas os independentistas escoceses não a desejam e apoiam os italianos, o que significa que não querem nada com os ingleses, nem sequer no futebol.