António Guterres,
o secretário-geral das Nações Unidas, discursou ontem em Nova Iorque na sede da
organização e, baseando-se nos dados mais recentes divulgados pela União
Europeia e pela Organização Meteorológica Mundial, segundo os quais o corrente
mês de Julho se observam as mais elevadas temperaturas de que há registo, afirmou que
a “era of global boiling has arrived”.
O discurso de
Guterres teve pouco destaque na imprensa internacional, talvez porque ela esteja
muito comprometida com os poderes poluidores. Uma das excepções foi o jornal canadiano
Toronto Star que destacou essa frase
na sua edição de hoje, embora António Guterres tenha dito que “a era do aquecimento
global acabou; a era da ebulição global chegou”.
Disse ainda
Guterres que “para vastas partes da América do Norte, Ásia, África e Europa, o Verão
está a ser cruel”, acrescentando que, “para todo o planeta, é um desastre”. As
vagas de calor que estão a afectar diversos países por todo o mundo são causadas
pelas alterações climáticas e, embora o fenómeno tenha sido previsto desde há
muito tempo, “o ritmo da mudança é devastador”. As altas
temperaturas e o calor escaldante estão a tornar-se o novo normal, provocando
inundações, secas, tempestades e incêndios florestais. As evidências desta
desordem climática são observáveis em toda a parte e a opinião é unânime, ao responsabilizar o homem e a sua ganância por esta destruição, mas segundo salientou Guterres, “isso não
pode gerar o desespero, mas antes deve inspirar acção”.
Foi mais um duro aviso
das Nações Unidas, pela voz respeitada de António Guterres.