quarta-feira, 13 de setembro de 2023

Até na América há líderes de pés de barro

O mundo anda muito agitado devido às lutas pelo poder mundial e às consequentes guerras ditas de “estratégia indirecta”, a que se juntam as alterações climáticas, as catástrofes naturais, os desequilíbrios regionais, as crises económicas e sanitárias, a pobreza, a fome e o subdesenvolvimento. A harmonia e a cooperação internacionais são ameaçadas demasiadas vezes e, utilizando a linguagem matemática, podemos afirmar que a paz não é um parâmetro, mas é cada vez mais uma variável.
Provavelmente, uma das causas de toda a agitação mundial que nos ameaça, é a falta de estatura moral de muitos líderes que, embora escolhidos democraticamente, resultam muitas vezes de criações mediáticas inspiradas em processos de propaganda, de marketing e de publicidade que, como todos sabemos, têm muito sensacionalismo e muita inverdade. Porém, acontece que os políticos “criados” pela comunicação social, também são “difamados” e “acusados” pela mesma comunicação social. São líderes de pés de berro. A fórmula mais eficaz para os abater é a acusação de corrupção, falsa ou verdadeira. São conhecidos os problemas por que passaram, justa ou injustamente, Silvio Berlusconi, Nicolas Sarkozy, Mariano Rajoy, Vladimir Putin, Lula da Silva, Dilma Rousseff ou Jair Bolsonaro, entre muitos outros líderes políticos, muitas vezes acusados de práticas corruptas e quase sempre vítimas das conjuras dos seus adversários políticos.
A luta pelo poder nos regimes democráticos incorporou nos últimos anos a difamação e a acusação de adversários políticos. 
O caso mais recente acontece com o presidente Joe Biden, como hoje destaca o New York Post e outros jornais americanos: Kevin McCarthy, o presidente da Câmara dos Representantes que é dominada pelo Partido Republicano, ordenou ontem um inquérito de impeachment visando a destituição do presidente dos Estados Unidos, por eventual envolvimento nos negócios do seu filho Hunter Biden, na Ucrânia e em outros países. 
A luta política tem cada vez menos regras e joga no “vale tudo”, mas acentua-se quando a estatura moral dos líderes está comprometida com outros interesses que não sejam os dos povos por que deviam zelar.