quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Postais turísticos de Coimbra

Coimbra é uma cidade de património e de cultura, uma terra de memórias para muita gente e um local que sempre se visita (e fotografa) com agrado. Ontem aconteceu-me isso na Rua Olímpio Nicolau Rui Fernandes, uma das artérias que liga a Baixa à Alta da cidade.
Ao longo dessa rua existe uma parede decorada com vários painéis de azulejos azuis e brancos que representam vários monumentos localizados na cidade e a sua história é simples: depois de Abril de 1974, esse extenso muro situado em frente do Mercado D. Pedro V, foi transformado num mural de tipo revolucionário, repetidamente pintado e repintado. Em 1984 foi decidido requalificar esse muro, revestindo-o com azulejos encomendados ao artista gráfico Amílcar Matias. Porém, embora o trabalho produzido tenha um excelente desenho, apenas corresponde a uma colagem de azulejos a lembrar uma série de “postais turísticos de Coimbra”, colocados numa parede branca e esteticamente fria, sem um adequado enquadramento e sem que se lhe reconheça o estatuto artístico que a cidade merecia.
E vem-nos à memória o painel de João Abel Manta existente na Avenida Gulbenkian em Lisboa (1982) ou o painel da Ribeira Negra de Júlio Resende, colocado à saída do tabuleiro inferior da Ponte de D. Luís I, no Porto (1985), que são contemporâneos dos painéis a que chamei “postais turísticos de Coimbra”.
Porém, uma manhã solarenga na Rua Olímpio Nicolau Rui Fernandes permite um curioso jogo de sombras e uma interessante fotografia, até ao mais amador dos fotógrafos.

Macau é exemplo do dinamismo oriental

Realizou-se ontem em Macau a cerimónia do lançamento da primeira pedra de um novo e imponente projecto imobiliário do MGM China Holdings que vai ser desenvolvido no Cotai e que incluirá 1600 quartos de hotel, 500 mesas de jogo e 2500 slot machines, embora 85% da sua área bruta seja dedicada à oferta extra-jogo, como restaurantes, lojas, espaços de diversão, estacionamentos e uma área pedonal de servidão pública. A MGM China Holdings é detida em 51% pelo grupo americano MGM Resorts, numa parceria com Pansy Ho, a filha de Stanley Ho que é a administradora-delegada da MGM macaense. O projecto tem um orçamento de 2,5 mil milhões de USD e terá que ser concluído até Janeiro de 2018, mas os seus promotores esperam antecipá-lo em dois anos.
O Cotai ou Zona do Aterro de Cotai é uma área de aterros que liga as ilhas da Taipa e Coloane e daí o seu nome (Co de Coloane mais tai de Taipa). Esta extensão territorial de Macau que foi conquistada ao mar, foi estudada e começada a formar nos anos 60 e em 1968 foi inaugurada uma estrada a ligar as duas ilhas. A zona de aterros continuou a ser aumentada mas só depois de 1999, com a transferência da administração de Macau para a República Popular da China, foi intensificada a sua formação. Em 2003 iniciou-se a construção de hotéis, resorts de luxo e grandes casinos, bem como a ponte “Flor de Lótus” que liga o Cotai à ilha da Montanha ou Hengqin.
O Cotai tem hoje cerca de 5,2 Km2, o que representa cerca de 20% do território de Macau e, dentro de três anos,  vai ter o novo projecto concluído. A sua maqueta foi divulgada na primeira página dos principais jornais macaenses, nomeadamente o Ponto Final, constando de torres que se assemelham a caixas de jóias alinhadas e que terão cerca de cem metros de altura.
Macau, onde o português é língua oficial, é realmente um exemplo do dinamismo oriental.