Coimbra é uma cidade de património e de cultura, uma terra de memórias para muita gente e um local que sempre se visita (e fotografa) com agrado. Ontem aconteceu-me isso na Rua Olímpio Nicolau Rui Fernandes, uma das artérias que liga a Baixa à Alta da cidade.
Ao longo dessa rua existe uma parede decorada com vários painéis de azulejos azuis e brancos que representam vários monumentos localizados na cidade e a sua história é simples: depois de Abril de 1974, esse extenso muro situado em frente do Mercado D. Pedro V, foi transformado num mural de tipo revolucionário, repetidamente pintado e repintado. Em 1984 foi decidido requalificar esse muro, revestindo-o com azulejos encomendados ao artista gráfico Amílcar Matias. Porém, embora o trabalho produzido tenha um excelente desenho, apenas corresponde a uma colagem de azulejos a lembrar uma série de “postais turísticos de Coimbra”, colocados numa parede branca e esteticamente fria, sem um adequado enquadramento e sem que se lhe reconheça o estatuto artístico que a cidade merecia.
E vem-nos à memória o painel de João Abel Manta existente na Avenida Gulbenkian em Lisboa (1982) ou o painel da Ribeira Negra de Júlio Resende, colocado à saída do tabuleiro inferior da Ponte de D. Luís I, no Porto (1985), que são contemporâneos dos painéis a que chamei “postais turísticos de Coimbra”.
Porém, uma manhã solarenga na Rua Olímpio Nicolau Rui Fernandes permite um curioso jogo de sombras e uma interessante fotografia, até ao mais amador dos fotógrafos.
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