Recentemente,
numa reportagem da revista brasileira IstoÉ, foi feita a denúncia da gestão
do presidente Jair Bolsonaro a quem chamou "mercador da morte", porque durante a pandemia do covid-19 patrocinou experiências desumanas inspiradas no horror
nazi. Essa reportagem baseou-se nos
trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito do Senado (CPI) à covid-19, que foi constituída por
senadores que trabalharam durante cerca de seis meses e que ontem aprovaram o
respectivo relatório final por sete votos contra quatro. A última versão do
documento tem 1.289 páginas e indicia 78 pessoas, entre as quais o próprio
presidente Bolsonaro, os seus três filhos, vários ministros e ex-ministros e alguns empresários.
Na versão final
do relatório da CPI foram atribuídos nove crimes ao presidente, entre os quais
os de prevaricação, charlatanismo, epidemia com resultado morte, incitação ao
crime, emprego irregular de verba pública, falsificação de documentos
particulares e crimes contra a humanidade. De acordo com o relatório final,
Bolsonaro “incentivou de forma reiterada a população a violar o distanciamento
social, opôs-se ao uso de máscaras, promoveu aglomerações e procurou
desqualificar as vacinas”. Naturalmente, toda a oposição já pediu “impeachment
e cadeia para Bolsonaro”.
Com mais de
606 246 mortes e 21,7 milhões de infectados pelo covid-19, o Brasil é um dos países mais afectados pela pandemia no
mundo, juntamente com os Estados Unidos e a Índia e, segundo um senador, “não
foi a omissão que nos levou a 605 884 mortos. Foi a acção dolosa de quem
dirigia o Brasil nesse período que levou a essa marca terrível, que fica
registada na história como um dos momentos mais macabros da vida deste jovem
país chamado Brasil”.
Na sua edição de
hoje o jornal Estado de Minas de Belo Horizonte enuncia as acusações contra
Bolsonaro na sua primeira página de forma muito criativa. Agora é esperar para ver o que aí vem.