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No dia 15 de
Outubro de 2017 aconteceu o grande incêndio que consumiu cerca de 80% dos 11.080 hectares do
Pinhal de Leiria. Desde então, essa catástrofe bem como os outros trágicos
incêndios que devastaram o país no Verão do ano passado, têm servido para
revelar inúmeros “especialistas” em gestão e em incêndios florestais e, também,
para procurar os principais “culpados” pelo que aconteceu, numa lógica de
combate político.
Porém, enquanto
os políticos e os jornalistas têm passado o tempo a discutir quem tem mais
culpas ou mais responsabilidades, iludindo que o problema é muito mais complexo
do que parece e esquecendo a sua função pedagógica, a sociedade civil tomou
iniciativas e tem promovido acções de voluntariado que têm mobilizado alguns
milhares de cidadãos que, de todo o país, se têm organizadamente empenhado em
acções de reflorestação do Pinhal de Leiria.
Algumas
associações ambientalistas, assim como grupos constituídos em empresas e
autarquias, têm-se destacado nessas acções, mas no passado domingo houve cerca
de cinco mil voluntários que plantaram 67 mil e quinhentos pinheiros bravos. É
pouco, mas foi um sinal de interesse pelo bem comum e, por isso, merece muitos
elogios. Nesta acção participaram muitas crianças e houve a ajuda de militares
e bombeiros, o que constitui uma grande lição para todos os que falam, falam...
mas não fazem nada.
É certo que são
necessárias pelo menos 3 milhões de árvores para plantar, mas a iniciativa do
passado domingo, bem como o envolvimento do Presidente da República e do
Primeiro-Ministro em iniciativas semelhantes, é um sinal positivo para a
sociedade porque contribui para a sensibilização da comunidade e para os
comportamentos amigos da floresta, que muita gente parece não conhecer.
Lamentavelmente,
os jornais de referência não destacaram este assunto e, por isso, é um caso de
mau jornalismo, a suscitar uma simples pergunta aos seus editores: qual é a agenda por que se
regem?