O consórcio europeu Airbus,
que tem a sua sede em Toulouse, anunciou uma encomenda de 20 aviões A380 pela
Amedeo, uma plataforma de compra e aluguer de aviões baseada na Irlanda, numa
operação avaliada em cerca de 6 mil milhões de euros e, com esta encomenda, o
objectivo de vender anualmente três dezenas destes aviões está próximo de ser
atingido em 2014, conforme noticia hoje o diário económico parisiense La
Tribune.
O A380 é conhecido por superjumbo
e é o maior avião comercial de todos os tempos. Entrou ao serviço em 2007 e,
desde então, já foram feitas 123 entregas a dez companhias aéreas com destaque
para a Emirates Airlines (44), a Singapore Airlines (19), a Qantas (12), a Lufthansa (10) e a Air
France (9). Entretanto,
estão actualmente encomendados 309 novos aviões por 19 companhias, quase todas
asiáticas e, entre estes, há 140 unidades que se destinam à Emirates, a companhia do Dubai. Porém, estes
números escondem alguma preocupação no seio do fabricante, porque em 2012
apenas foram encomendados 9 aviões e, no ano seguinte, houve apenas um contrato
que só foi confirmado no dia 23 de Dezembro pela Emirates, com uma encomenda de 50 aviões. A imprensa
francesa dizia então que a Emirates
era le Père Noël de l’Airbus A380, ao
assegurar um negócio de 20 mil milhões de dólares. Como ainda não apareceu
nenhum concorrente do A380, lançado pela Boeing
ou por outro construtor, é evidente a excessiva dependência e até mesmo a
vulnerabilidade económica da Airbus
em relação a um só cliente, quase a configurar uma situação de monopsónio, uma
vez que nos próximos quatro anos a Emirates
Airlines vai assegurar por si só, a produção anual de 30 aviões, que é a
normal capacidade de resposta do construtor. Nesse aspecto, a encomenda de 20
aviões pela Amedeo foi uma excelente notícia para a Airbus e, embora tenda a esconder os tempos difíceis por que passa
o mercado aeronáutico, mostra que o A380 é um caso de sucesso tecnológico do construtor europeu,
mas que também é um caso de sucesso comercial.