quarta-feira, 17 de julho de 2019

Ursula é o novo rosto para a nova Europa

O Parlamento Europeu aprovou ontem com 383 votos a favor, 327 contra, 22 abstenções e um voto nulo, a nomeação de Ursula von der Leyen para presidir à Comissão Europeia e suceder a Jean-Claude Juncker a partir de 1 de Novembro de 2019. Foi uma aprovação tangencial (52%), tendo ficado apenas nove votos acima do limiar exigido de 374 votos para conseguir a maioria, o que mostra que houve dificuldades para obter consensos.
A actual ministra da Defesa da Alemanha tinha sido proposta para este cargo pelo Conselho Europeu no passado mês de Junho, quando se posicionavam vários candidatos apresentados pelas diferentes famílias políticas com assento no Parlamento Europeu.
Apesar de ter muitos críticos, inclusive na Alemanha, a vitória de Ursula von der Leyen foi saudada pelos parlamentares e hoje é a notícia do dia na imprensa europeia, por exemplo no diário luxemburguês Le Quotidien, que destaca as palavras que a indigitada presidente da Comissão Europeia pronunciou após a votação realizada em Estrasburgo:
"A confiança que colocam em mim é a confiança que colocam na Europa. Confiança numa Europa unida e forte, de leste a oeste, de sul a norte. A confiança numa Europa pronta a lutar pelo futuro, não uns contra os outros.”
Eu gostei desta declaração e, por agora, é quanto me basta. De resto, tanto o Presidente da República como o governo português se congratularam com a escolha de Ursula von der Leyen, que tem 60 anos de idade, é vincadamente pró-europeia, poliglota, médica, mãe de sete filhos e que vai ser a primeira mulher a presidir à União Europeia. Apesar dos desafios que vai enfrentar para unir e fortalecer a Europa e para resistir às contínuas pressões vindas de oriente e de ocidente, a nova presidente não vai ter dificuldades em fazer melhor que os seus antecessores da era pós-Jacques Delors, isto é, Jacques Santer, Romano Prodi, José Barroso e Jean-Claude Juncker.