O Parlamento
Europeu aprovou ontem com 383 votos a favor, 327 contra, 22 abstenções e um
voto nulo, a nomeação de Ursula von der Leyen para presidir à Comissão Europeia
e suceder a Jean-Claude Juncker a partir de 1 de Novembro de 2019. Foi uma
aprovação tangencial (52%), tendo ficado apenas nove votos acima do limiar
exigido de 374 votos para conseguir a maioria, o que mostra que houve
dificuldades para obter consensos.
A actual ministra
da Defesa da Alemanha tinha sido proposta para este cargo pelo Conselho Europeu
no passado mês de Junho, quando se posicionavam vários candidatos apresentados
pelas diferentes famílias políticas com assento no Parlamento Europeu.
Apesar de ter
muitos críticos, inclusive na Alemanha, a vitória de Ursula von der Leyen foi
saudada pelos parlamentares e hoje é a notícia do dia na imprensa europeia, por exemplo no diário luxemburguês Le Quotidien, que
destaca as palavras que a indigitada presidente da Comissão Europeia pronunciou
após a votação realizada em Estrasburgo:
"A confiança que colocam em mim é a confiança que
colocam na Europa. Confiança numa Europa unida e forte, de leste a oeste, de
sul a norte. A confiança numa Europa pronta a lutar pelo futuro, não uns contra
os outros.”
Eu gostei desta
declaração e, por agora, é quanto me basta. De resto, tanto o Presidente da
República como o governo português se congratularam com a escolha de Ursula von
der Leyen, que tem 60 anos de idade, é vincadamente pró-europeia, poliglota,
médica, mãe de sete filhos e que vai ser a primeira mulher a presidir à União
Europeia. Apesar dos desafios que vai enfrentar para unir e fortalecer a Europa
e para resistir às contínuas pressões vindas de oriente e de ocidente, a nova
presidente não vai ter dificuldades em fazer melhor que os seus antecessores da
era pós-Jacques Delors, isto é, Jacques Santer, Romano Prodi, José Barroso e Jean-Claude
Juncker.