segunda-feira, 29 de setembro de 2014

O ténis de mesa é que nos dá alegrias

Neste domingo disputou-se a final do Campeonato da Europa de ténis de mesa por equipas e a selecção portuguesa venceu a selecção alemã por 3-1, conquistando pela primeira vez o título.
O funchalense Marcos Freitas começou a brilhar ao vencer Steffen Mengel no primeiro jogo por 3-0, mas João Pedro Monteiro perdeu com Timo Boll e o encontro ficou empatado em 1-1. Seguiu-se Tiago Apolónia que venceu Dimitrij Ovtcharov por 3-1 e colocou o resultado em 2-1. O embate final entre Marcos Freitas e Timo Boll, respectivamente o nº 5 e o nº 2  do ranking europeu, foi espectacular e a inesperada vitória portuguesa fez explodir de alegria o pavilhão do Parque das Nações e os jogadores. Não era para menos, porque a selecção alemã não é apenas a nº 1 do ranking europeu, mas tinha sido campeã europeia ininterruptamente desde 2007 e é, actualmente, a equipa vice-campeã do mundo.
É muito raro que os nossos atletas sejam campeões europeus de qualquer coisa e, no corrente ano, parece-me que só o remador Pedro Fraga tinha conseguido esse título, para além daquele singular caso que é a canoagem, em que este ano foram obtidas 18 medalhas em Europeus e Mundiais. Por isso, num ano de má memória desportiva, com fracassos no Mundial de Futebol e apenas alguns bons resultados internacionais na canoagem, no remo e no ciclismo, este resultado no ténis de mesa é digno de aplauso, pois significa muito talento e muito trabalho.

Sopra vento de esperança e de mudança

Realizaram-se ontem as eleições primárias do PS cuja campanha animou os últimos meses e, como hoje dizia o editorial do Diário de Notícias, “nem sempre quem ganha é o mais preparado e o melhor. Mas aconteceu...”
António Costa ganhou com cerca de 65% dos votos e, com este resultado esmagador abre-se um novo ciclo político, porque a maioria está cansada e exausta, mentiu demasiadas vezes aos portugueses, empobreceu o país, dirigiu uma cruzada contra funcionários públicos e pensionistas, afundou-se em casos complicados e não resolveu (antes agravou) os nossos principais problemas, como a dívida, o défice, o desemprego, a coesão social e a confiança dos portugueses, para além de se ter deixado humilhar perante os nossos parceiros internacionais. A vitória de António Costa é um sinal de esperança mas não resulta apenas da confiança que suscita nos portugueses, pois também tem de ser interpretada como uma evidente vontade de afastar do poder a actual maioria e muitos dos seus protagonistas inexperientes, ambiciosos, incompetentes e arrogantes. Por isso, esta vitória tem que ser vista como um sinal de esperança e de mudança, mas também da criação de novas condições de diálogo com todas as forças políticas parlamentares e do fim da expressão “arco da governação”, que tanto tem servido a Portas e à sua corte para se instalarem.
António Costa tem pela frente um desafio complexo, em que o primeiro passo deverá ser a mobilização dos portugueses para que recuperem a confiança no seu país, depois dos tempos bem difíceis em que têm vivido. Além disso, espera-se que este homem tenha uma proposta e nos ofereça uma alternativa de mudança, com uma política que apoie o crescimento e o emprego, que ataque a dívida com soluções realistas, que reforce o Estado social e que reforme o sistema político e a administração pública. O mais difícil para António Costa será demarcar-se de práticas políticas já gastas, do aparelhismo a que está ligado e da sua capacidade para resistir aos jobs for the boys (como o seu amigo Guterres não resistiu), mas também de se deixar transformar numa espécie de François Hollande, que tendo devolvido a esperança aos franceses, os desiludiu depois. Porém e para já, sopra um vento de esperança.