Hoje em Paris, segundo
anuncia o jornal ABC, vão reunir-se (ou já estão reunidos), os líderes europeus
(ou alguns líderes europeus), quando já se anuncia o primeiro encontro entre
americanos e russos na Arábia Sáudita, para tratar do fim da guerra na Ucrânia.
Com esta reunião “convocada” supostamente para “não deixar cair a Ucrânia”, Emmanuel
Macron quer uma vez mais afirmar-se como o Napoleão ou o De Gaulle da
modernidade francesa, embora ele e os seus convidados estejam vergados pelo
peso das promessas e das juras que fizeram a Zelensky de “apoiar a Ucrânia
enquanto for preciso”. Esta frase foi repetida por todos eles, mas também por
Joe Biden e até por Marcelo Rebelo de Sousa. Porém, enganaram-se e enganaram os
ucranianos, porque o conflito não tem solução militar, ao contrário do que
disseram repetidas vezes.
Os números do
conflito são desconhecidos até porque ambas as partes usam a arma da informação
e da propaganda, quer quanto ao número de mortos de ambos os lados, quer quanto
aos milhões de ucranianos que perderam as suas casas, quer ainda quanto aos
recursos já gastos nesta guerra que já destruiu cidades, infraestruturas,
vidas, sonhos e que o DT diz que podia ter sido evitada se ele estivesse na
Casa Branca. Contudo, todos dizem que nunca houve tantos mortos numa guerra.
Ainda antes de
tomar posse como presidente dos Estados Unidos, o DT tinha afirmado que
“demasiadas pessoas estão a ser mortas” e que Zelensky “deve estar preparado
para chegar a um acordo”. Apesar de ser um homem controverso e até perigoso,
como se viu no apoio que no dia 6 de Janeiro de 2021 deu à invasão do
Capitólio, a sua iniciativa de procurar o princípio do fim do sofrimento
ucraniano tem que ser apoiada e está em curso. Com esta urgente reunião, Macron
quer ter um papel na História e quer ser protagonista, mas esta sua iniciativa
já foi classificada como “uma terapia de grupo” e bem podia dar origem a um
comunicado conjunto a pedir desculpas a Zelensky e aos ucranianos, porque à
revelia das suas opiniões públicas e dos seus eleitorados, lhes foi prometido o
que não podiam prometer.