segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

Macron e a sua ânsia de protagonismo

Hoje em Paris, segundo anuncia o jornal ABC, vão reunir-se (ou já estão reunidos), os líderes europeus (ou alguns líderes europeus), quando já se anuncia o primeiro encontro entre americanos e russos na Arábia Sáudita, para tratar do fim da guerra na Ucrânia. Com esta reunião “convocada” supostamente para “não deixar cair a Ucrânia”, Emmanuel Macron quer uma vez mais afirmar-se como o Napoleão ou o De Gaulle da modernidade francesa, embora ele e os seus convidados estejam vergados pelo peso das promessas e das juras que fizeram a Zelensky de “apoiar a Ucrânia enquanto for preciso”. Esta frase foi repetida por todos eles, mas também por Joe Biden e até por Marcelo Rebelo de Sousa. Porém, enganaram-se e enganaram os ucranianos, porque o conflito não tem solução militar, ao contrário do que disseram repetidas vezes.
Os números do conflito são desconhecidos até porque ambas as partes usam a arma da informação e da propaganda, quer quanto ao número de mortos de ambos os lados, quer quanto aos milhões de ucranianos que perderam as suas casas, quer ainda quanto aos recursos já gastos nesta guerra que já destruiu cidades, infraestruturas, vidas, sonhos e que o DT diz que podia ter sido evitada se ele estivesse na Casa Branca. Contudo, todos dizem que nunca houve tantos mortos numa guerra.
Ainda antes de tomar posse como presidente dos Estados Unidos, o DT tinha afirmado que “demasiadas pessoas estão a ser mortas” e que Zelensky “deve estar preparado para chegar a um acordo”. Apesar de ser um homem controverso e até perigoso, como se viu no apoio que no dia 6 de Janeiro de 2021 deu à invasão do Capitólio, a sua iniciativa de procurar o princípio do fim do sofrimento ucraniano tem que ser apoiada e está em curso. Com esta urgente reunião, Macron quer ter um papel na História e quer ser protagonista, mas esta sua iniciativa já foi classificada como “uma terapia de grupo” e bem podia dar origem a um comunicado conjunto a pedir desculpas a Zelensky e aos ucranianos, porque à revelia das suas opiniões públicas e dos seus eleitorados, lhes foi prometido o que não podiam prometer.

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