As retaliações
anunciadas por Donald Trump contra o Brasil são mais um exemplo da perigosidade
deste indivíduo vingativo, narcisista e poderoso. Hoje, já ninguém tem dúvidas
de que o seu comportamento imprevisível e demasiado ambicioso pode trazer
graves consequências para o comércio mundial e, naturalmente, também para os
Estados Unidos.
O comércio
internacional consiste na troca de bens e serviços entre os diferentes países
e, segundo a teoria oitocentista de David Ricardo cujos princípios continuam
válidos, tanto os países exportadores como os países importadores têm vantagens comparativas ao produzir
certos bens e serviços e ao importar outros bens ou serviços. Por isso, quando
o Donald ameaça ou aplica tarifas aduaneiras está a atingir os seus parceiros
comerciais, mas também está a dar tiros nos pés e a afectar os sectores da
economia americana que assenta nas importações.A imprensa
brasileira tem procurado analisar algumas das possíveis consequências para a
sua economia deste novo “trumpian model” e o jornal A Tribuna, que se publica
em Santos, destaca o braço de ferro entre os EUA e o Brasil, bem como as
possíveis perturbações para o seu porto. Outros jornais que veiculam interesses
específicos de outros estados, designadamente no Rio Grande do Sul, também
reflectem as suas preocupações pelos efeitos que o “trumpian model” possa ter
nas agro-indústrias. As tarifas impostas pelo Donald são uma forma de apoio a
Bolsonaro, a contas com a Justiça, mas “podem sair pela culatra” e ter um
efeito contrário, podendo ser vistas como um ataque à soberania dos brasileiros
e daí que o presidente Lula da Silva já tenha afirmado que protegerá o seu povo
e as empresas brasileiras.