O Jornal
de Angola destaca na sua edição de hoje que os angolanos estão em paz
há 21 anos e esse é um facto muito importante, que merece ser saudado. O
território angolano esteve afectado pela guerra durante mais de quarenta anos,
primeiro com a luta entre o poder colonial português e as forças de libertação
nacional (1961-1974) e, depois, numa guerra civil em que intervieram o MPLA e a
UNITA e os seus aliados (1975-2002). Com tanto tempo de guerra, que envolveu os
angolanos, mas também os portugueses, os cubanos, os sul-africanos e militares
de outras nacionalidades, há muitas memórias dolorosas e muitos excessos
cometidos e, por isso, a paz é uma conquista que tem que ser preservada e
saudada.
A primeira
tentativa de paz aconteceu com a assinatura dos Acordos do Alvor de 15 de
Janeiro de 1975, que estabeleceram os mecanismos de partilha do poder em Angola
até à proclamação da independência, marcada e concretizada em 11 de Novembro de
1975.
A independência
aconteceu no dia previamente acordado mas cada um dos três movimentos signatários
dos Acordos do Alvor proclamou a sua própria independência. A guerra civil que foi
travada imediatamente, sobretudo entre o MPLA e a UNITA, teve enorme envolvimento estrangeiro e durou até
18 de Março de 2002, quando os comandos militares dos dois contendores
assinaram um pré-acordo de paz em Cassamba, que veio a ser confirmado no dia 4
de abril de 2002, como um acordo de paz que ficou assinalado na história como os Acordos
de Luena.
Alvor e Luena,
mas também outros locais simbólicos da história recente angolana, são marcos de
uma longa guerra que foi travada durante mais de quarenta anos, mas desde há 21
anos que os angolanos têm paz, que é a condição primeira para o seu progresso. Ontem foi o Dia da Paz e da Reconciliação Nacional e, para bem dos angolanos e dos que gostam de Angola, é necessário que a paz e a reconciliação estejam presentes nos quotidianos daquele grande país.