O cante
alentejano acaba de ser inscrito pela UNESCO na Lista do Património Cultural
Imaterial da Humanidade e esse facto não pode deixar de ser devidamente
assinalado. A decisão foi tomada por unanimidade na 9ª sessão do Comité
Intergovernamental da UNESCO para a Salvaguarda do Património Cultural
Imaterial da Humanidade que se realizou hoje em Paris e, assim, o cante
alentejano juntou-se ao fado que havia sido classificado em 2011. Assim, nas listas da UNESCO
encontram-se agora 17 bens portugueses: 14 bens culturais, um bem natural e 2
bens imateriais.
O cante alentejano é um
género musical tradicional do Alentejo, cantado em grupo, em que se alternam as vozes de um ponto
e de um coro, com um andamento lento e com muitas pausas, sendo muito
repetitivo, o que também o torna muito monótono. É, seguramente, um dos traços
mais interessantes da cultura popular alentejana, preservada em muitos domínios
como a gastronomia, o artesanato e a própria arquitectura. Esta classificação
veio dar uma maior dimensão cultural ao Alentejo, que já estava representado
nas listas da UNESCO através do Centro
Histórico de Évora (desde 1986) e da Cidade-Quartel
Fronteiriça de Elvas e as suas Fortificações (desde 2012), mas que
naturalmente aspira a que venham a ser classificados outros bens culturais,
como Mértola e a sua herança árabe, mas também Marvão e Monsaraz como símbolos
de cidades fortificadas, ou bens imateriais como as famosas festas das ruas
floridas em Campo Maior ou no Redondo. Nestas condições, pela sua história e geografia, paisagem natural, diversidade cultural, monumentalidade arquitectónica e tradição gastronómica, o Alentejo é cada vez mais uma região a percorrer. Que viva o Alentejo!