Apesar do desenvolvimento da tecnologia e dos modernos sistemas electrónicos de posicionamento no mar, o luxuoso paquete Costa Concordia encalhou junto da ilha de Giglio, na costa ocidental italiana, daí resultando cinco mortos, quatro dezenas de desaparecidos, um susto para mais de quatro mil pessoas e a provável perda de um dos mais modernos paquetes do mundo. O tempo estava calmo e tudo aponta para que a causa da tragédia tenha sido um erro humano, por desatenção ou por incompetência profissional.
O navio tinha 290 metros de comprimento, uma tripulação de 1068 pessoas e capacidade para 3780 passageiros, dispondo de 1500 cabines, das quais 505 com varanda privada para o mar, além de 70 suites de luxo. Os passageiros tinham à sua disposição cinco restaurantes e treze bares, Spa, cinco jacuzzi, quatro piscinas, teatro, casino, ginásio, discoteca e um shopping. Uma luxuosa cidade!
O Costa Concordia fazia um dos seus habituais cruzeiros mediterrânicos e a bordo seguiam 4231 pessoas, incluindo passageiros e tripulantes. Cerca das 20 horas do dia 13 de Janeiro, quando navegava próximo da costa e os passageiros jantavam ou se preparavam para jantar, o navio tocou no fundo rochoso, sofreu um enorme rasgo e começou a adornar. Pouco depois eram dadas ordens para o abandono do navio, após o que se verificaram cenas de pânico e disputas entre os passageiros que tentavam entrar nos botes salva-vidas. Aparentemente, os procedimentos de segurança não tinham sido treinados e, segundo foi divulgado, o comandante do navio ter-se-à assustado e esqueceu-se de cumprir a regra de ouro nestas circunstâncias: ser o último a abandonar o navio.
A tragédia do Titanic, ocorrrida exactamente há cem anos, foi imediatamente recordada e inspirou o título do diário italiano Il Messaggero.
Às vezes esquecemos que nem a tecnologia, nem a economia, substituem o homem e a sua inteligência.