Foram dez os
candidatos que ontem formalizaram a sua entrada na corrida à liderança do Partido Conservador
britânico e que são potenciais sucessores de Theresa May como primeiros-ministros
do Reino Unido, os quais vão ser submetidos a várias rondas de votação até ser encontrado um vencedor. O processo que se vai seguir até à nomeação do novo
presidente de um partido que foi fundado em 1834, vai ser muito longo e vai manter
em sobressalto os portugueses que vivem no Reino Unido e os britânicos que
vivem em Portugal, sobretudo porque o
Brexit vai continuar no centro do debate político. A primeira votação vai acontecer no próximo dia 13 de
Junho e apenas os candidatos que tenham o apoio de oito deputados poderão
continuar na corrida. No dia 18 de Junho haverá nova votação e, no final, ficarão
apenas dois candidatos, sendo então escolhido o novo presidente do partido,
provavelmente no dia 22 de Julho.
Com tantas rondas de votações, os votos vão circular
entre os diferentes candidatos ao sabor das conveniências pessoais de quem vai
votar e o Reino Unido vai continuar à deriva e a fazer navegação à vista como
hoje titula o jornal francês La Croix.
Boris Johnson, o antigo ministro dos Negócios
Estrangeiros parece ser o favorito nesta corrida, mas Jeremy Hunt, o actual ministro
dos Negócios Estrangeiros, bem como o ministro do Ambiente, Michael Gove,
também têm boas hipóteses. O facto é que as expectativas quanto ao Brexit são
demasiado baixas e poucos acreditam que uma nova liderança do partido possa
encontrar soluções. Já foi perdido muito tempo e a confiança do povo nos
deputados já acabou. Assim, num quadro de grandes dúvidas entre sair ou não
sair da União Europeia, ou de sair com ou sem acordo, os britânicos ficam agora
dependentes das negociatas entre os deputados do Partido Conservador.