segunda-feira, 21 de novembro de 2022

Adiadas a ambição e a urgência na COP27

A 27ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, ou a COP27, concluiu os seus trabalhos em Sharm El Sheikh, depois de terem sido prolongados e terem obrigado a muitas horas suplementares de negociações. 
Ontem, quando foi anunciado o encerramento da COP27 houve duas reacções distintas: uns reclamaram que se tinha conseguido um acordo histórico para a criação de um fundo destinado a ajudar os países mais vulneráveis que são afectados pelas alterações climáticas, enquanto outros criticaram o facto de não terem sido tomadas decisões sobre as questões urgentes, como a redução das emissões ou da utilização de combustíveis fósseis. 
De entre estes, destaca-se António Guterres, o secretário-geral das Nações Unidas, que lamentou a falta de ambição da COP27 no que respeita à redução das emissões de gases com efeito de estufa que, na sua opinião, era um tema urgente e inadiável. No mesmo sentido foram as posições da União Europeia que também criticou a falta de ambição em relação à redução das emissões de gases com efeito de estufa no acordo agora aprovado. Essa é, também, a posição do diário francês Libération que, na sua edição de hoje, destaca que a urgência tem que esperar, enquanto o jornal Público destaca que o acordo não chega para tirar o planeta da "auto-estrada" para o inferno.
Perante as conclusões da COP27, que ficaram muito aquém das expectativas, parece que o seu ponto alto foi a participação entusiástica e mobilizadora do presidente eleito do Brasil, que trouxe o seu país de volta ao convívio das nações.