quinta-feira, 29 de setembro de 2016

R.I.P. D. Arquimínio Rodrigues da Costa

Faleceu no dia 12 de Setembro em São Mateus, a freguesia da ilha do Pico onde nasceu em 1924, aquele que foi o último bispo português de Macau. Chamava-se Arquimínio Rodrigues da Costa e tinha 92 anos de idade. Na sua última edição, o semanário O Clarim que se publica em português e que é propriedade da Diocese de Macau, homenageia o seu antigo Bispo, classificando-o como “diplomata, inteligente e amigo”.
Ainda adolescente foi  para Macau para frequentar o seminário de S. José, onde foi ordenado sacerdote e onde veio a ser professor. Depois de um período de férias nos Açores, de onde estivera ausente entre 1938 e 1956, seguiu para Roma onde frequentou o curso de direito canónico na Pontifícia Universidade Gregoriana, aí concluindo a sua licenciatura em 1959.
De regresso a Macau retomou as suas funções docentes e em 1962 tornou-se reitor do seminário de S. José. Segundo uma nota da diocese de Macau era um “professor competentíssimo, um sacerdote cheio de humildade e um poliglota, com destaque para o mandarim e o cantonense, em que fala e prega fluentemente”. Devido à ausência do respectivo titular, em 1963 foi nomeado governador do Bispado de Macau, mas em 1976 foi elevado à dignidade episcopal pelo Papa Paulo VI e foi nomeado definitivamente Bispo de Macau.
Dom Arquimínio Rodrigues da Costa serviu no território de Macau duas comunidades culturalmente heterogéneas durante cerca de cinquenta anos e teve o apreço e o reconhecimento dos macaenses e das autoridades portuguesas. Em 1988 pediu a sua resignação e pouco tempo depois fixou residência na sua ilha do Pico, ocupando-se nas tarefas de recuperação do seu património familiar em São Mateus e na cooperação com a igreja local.
Era um dos cincos Bispos naturais da ilha do Pico que, ao longo do século XX, serviram a igreja católica em Goa, Macau e Timor. Dezassete dias depois do seu falecimento aqui fica registado um louvor à sua acção missionária.

Tavares e o seu optimismo para o futuro

A edição semanal do jornal económico francês La Tribune publica hoje uma grande entrevista com Carlos Tavares, o português de 58 anos de idade que desde 2014 dirige o grupo francês PSA, cujas marcas de excelência são a Peugeot e a Citroën. A entrevista é destacada com uma fotografia que ocupa a totalidade da capa do jornal.
O conteúdo da entrevista é, sobretudo, a revelação de um pensamento ordenado sobre o futuro da indústria automóvel e de um gestor optimista. Tavares acredita que as necessidades de mobilidade das pessoas vai aumentar e que a procura do automóvel também vai continuar a aumentar, mas que terá de continuar a assentar na segurança e no conforto. Por isso, está confiante. De resto, os seus dois anos à frente do grupo PSA têm sido de grande sucesso em todos os domínios, uma vez que o grupo passou de um estado de quase falência para uma situação de grande dinamismo, assente numa nova cultura de empresa baseada nos conceitos de frugalidade e na agilidade, de que tem resultado um melhor ambiente empresarial, um diálogo frutuoso com os sindicatos e uma substancial melhoria dos resultados comerciais. Segundo Tavares, aproximam-se novos desafios, incluindo a instalação do grupo no grande mercado do futuro que é a Índia, mas o grupo PSA, tal como a maioria dos construtores automóveis, acumularam muitos anos de experiência e de sabedoria que, por exemplo a Apple e a Google não têm, o que constituiu um factor de segurança nos seus investimentos e actividades.
O grupo PSA está instalado em Portugal desde Fevereiro de 1964 através do Centro de Produção de Mangualde da PSA (CPMG), que é a maior empresa do distrito de Viseu e que ocupa o 9º lugar entre as maiores exportadoras do país, uma vez que cerca de 91% da sua produção é exportada. No ano passado, os seus 730 efectivos produziram 46.584 veículos de dois modelos: o Citroën Berlingo e o Peugeot Partner. Bem precisamos desta e de muitas outras PSA.
Boa sorte Carlos Tavares!