segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Um jornalismo que nos envergonha

Mário Centeno é um economista que desempenha as funções de Ministro das Finanças de Portugal desde Novembro de 2015 e que é doutorado em Economia pela Universidade de Harvard, que é tida como a melhor escola de Economia do mundo. Poucas vezes as Finanças portuguesas estiveram entregues a uma pessoa tão qualificada como Mário Centeno e, de facto, como responsável pelas nossas Finanças Públicas tornou-se o rosto de tudo o que de positivo nos tem acontecido nos últimos dois anos na área financeira, incluindo a redução do défice orçamental e da dívida pública, a saída do procedimento por défices excessivos, a saída da categoria de lixo e a subida do rating soberano de Portugal em dois níveis, a descida dos juros nos mercados financeiros, a antecipação do pagamento do empréstimo do FMI e a recuperação da credibilidade financeira do nosso país.
Wolfgang Schäuble chamou-lhe o Ronaldo do Ecofin e os 19 países do Eurogrupo reconheceram a competência técnica e política de Mário Centeno e elegeram-no como seu presidente. Veio depois Pierre Moscovici repetir o que Schäuble tinha dito. A revista do Expresso dedicou-lhe então a sua capa e escreveu que Mário Centeno “tinha a Europa a seus pés”. A opinião pública portuguesa sentiu a sua auto-estima acrescentada, embora alguns tivessem ficado com dor de cotovelo e sem vontade para engolir o êxito de Centeno.
Só que, um dia destes, Mário Centeno foi ao futebol e parece que fez o que fazem todos os políticos, isto é, terá pedido para ir para a tribuna presidencial. O pasquim Correio da Manha mordeu de imediato como fazem todos os cães que não conhecem dono e, lamentavelmente, teve seguidores em vários jornais e até noutras instâncias, inclusive aquelas que não se têm cansado de perseguir, repito perseguir, os seus adversários políticos. Abutres e hienas juntaram-se. É demasiado ridículo. É uma tristeza e uma vergonha. Como é possível que se perca tempo com coisas destas ou que o país progrida com esta gente?