sábado, 10 de novembro de 2018

As memórias da Primeira Grande Guerra

A Primeira Guerra Mundial começou no dia 28 de Julho de 1914 com a invasão austro-húngara da Sérvia e terminou no dia 11 de Novembro de 1918, com a capitulação da Alemanha. Faz amanhã 100 anos!
Nessa guerra envolveram-se todas as grandes potências organizadas em torno de duas alianças: de um lado a Tríplice Entente (Grã-Bretanha com as suas possessões da Índia, Austrália, Canadá e África do Sul, a França e a Rússia, a que se juntaram depois Portugal, o Brasil e os Estados Unidos) e do outro a Tríplice Aliança (Alemanha, Áustria-Hungria e Império Otomano). A guerra alastrou a todo o mundo e morreram mais de vinte milhões de pessoas, incluindo mais de nove milhões de combatentes. O mapa da Europa foi redesenhado e os grandes impérios Alemão, Russo, Austro-Húngaro e Otomano deixaram de existir. Neste fim de semana, em todo o mundo, decorrem cerimónias evocativas dos heróis e dos mortos e o jornal Le Figaro destaca exactamente essa efeméride.
Portugal foi um participante activo na guerra, não só na frente da Europa ocidental, mas também nas suas fronteiras sul de Angola e norte de Moçambique, tendo perdido quase dez mil homens em consequência da impreparação das tropas para combate e da doença. Portugal ficou emocionado e de luto e por todo o país foram edificados memoriais “aos “mortos da Grande Guerra”.
A participação portuguesa na guerra de 1914-1918 tem sido devidamente estudada nos meios académicos e militares e no passado dia 4 de Novembro, uma grande para militar, assinalou a efeméride em Lisboa. Nenhum jornal português dedicou um espaço de primeira página ou uma reportagem a esse evento que mostrou, através da televisão, a grandeza e a solidez da instituição militar como um pilar da Democracia. Inversamente, algumas figuras femininas  da política e do jornalismo têm-se mostrado absolutamente irresponsáveis na forma como procuram atrair as Forças Armadas para a sua área de sensacionalismo.