O Chile é um país
sul-americano cujo território ocupa uma extensa e estreita faixa entre a
cordilheira dos Andes e o oceano Pacífico, estendendo-se ao longo de mais de
6.000 quilómetros. Tem cerca de 18 milhões de habitantes e, a partir dos seus
indicadores económicos e sociais, designadamente o índice de desenvolvimento
humano, o rendimento per capita, a
qualidade de vida, a percepção de corrupção e o índice de pobreza, é
considerado o país mais desenvolvido da América Latina.
A sua capital é a
cidade de Santiago que, segundo informa a promoção turística, é uma cidade
moderna, tem ares europeus mas exibe a diversidade latino-americana. Pois foi
nesta cidade que, após vários dias de protesto contra o aumento do preço
unitário dos bilhetes do Metropolitano que passaram de 800 para 830 pesos, isto
é, um aumento de 3,75%, que ontem aconteceram graves distúrbios a lembrar o que
está a acontecer em Barcelona, embora com motivações bem diferentes.
Ontem, milhares
de pessoas, especialmente estudantes do ensino médio e universitário, forçaram
a entrada nas estações do metropolitano sem pagar, destruíram tudo o que
puderam e enfrentaram a polícia. A administração do metropolitano, que
transporta diariamente quase 3 milhões de pessoas, decidiu encerrar as
estações, o que originou o colapso do principal sistema de transporte urbano.
Depois instalou-se o caos por toda a cidade, com a vandalização de 41 estações
do metropolitano, a destruição de montras, o incêndio de automóveis e de
contentores e até de edifícios. Nesta situação, o presidente Sebastián Piñera decretou
o estado de emergência na área metropolitana de Santiago, enquanto foram
detidos 308 manifestantes.
Naturalmente que
o aumento de 3,75% no preço dos bilhetes do metropolitano é apenas um pretexto
para o desafio da ordem democrática estabelecida e um sinal de insatisfação, a
que se associaram elementos mais radicais apenas interessados na vandalização
do património e na criação de condições de intranquilidade.
Paris, Hong Kong,
Barcelona e, agora, Santiago, são meras coincidências ou são sinais dos novos tempos
que se aproximam?