O pequeno grão-ducado
do Luxemburgo que tem uma superfície que não chega a ser metade do Algarve e
que não tem qualquer ligação ao mar, tem hoje uma importante marinha mercante e
cerca de 20.000 inscritos marítimos, segundo informa o jornal luxemburguês Le
Quotidien.
Há 217 navios
inscritos no registo luxemburguês, representando cerca de 1,41 milhões de
toneladas mas, no mínimo, esta realidade parece ser um paradoxo.
Tudo começou em
1990 quando o Luxemburgo decidiu que a sua economia, até então especializada nos
sectores financeiro e dos serviços, se lançasse no sector marítimo, como forma
de dar oportunidades à sua banca de investimento e de assegurar uma receita fiscal
aos cofres luxemburgueses.
Curiosamente, o
primeiro navio registado na praça luxemburguesa foi o Prince Henri, um navio-transporte de produtos químicos que antes
estava registado na Bélgica, mas a partir de então a procura pela praça
luxemburguesa aumentou, apesar de ser uma opção mais cara do que o registo nas
praças de Malta ou do Chipre.
Porém, para
entrar neste mercado do registo marítimo o Luxemburgo apostou na diferenciação
e decidiu não aceitar o registo dos grandes petroleiros com o argumento de que
não querem ser coniventes com a poluição causada pelos acidentes marítimos. Além
disso, só aceita que o pavilhão luxemburguês seja içado em navios novos, modernos
e não poluentes, devendo o proprietário ou armador ter uma base empresarial ou uma sucursal em
território luxemburguês. Significa, portanto, que o Luxemburgo se inspirou nas
técnicas de marketing e apostou num
posicionamento e numa diferenciação do seu “produto”, o que se traduziu já no
registo de 217 navios.
Com este negócio inovador
mas paradoxal, que é um país sem mar ter uma marinha, o Luxemburgo considera ter
aberto mais uma porta para as suas actividades económicas e para o seu melhor
posicionamento no mundo.
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